Vasco Cordeiro diz que assunto do 'email' da AT está "esclarecido"
Açores/Eleições
16 de out. de 2020, 15:42
— Lusa/AO Online
Aos
jornalistas, nas Velas, em São Jorge, o também presidente do PS/Açores
disse que o objetivo da mensagem foi "permitir que o maior número
possível de pessoas vote".E asseverou: "Foi esse o objetivo. A CNE não entende da mesma maneira. Está esclarecido o assunto".A
CNE diz que a AT não deveria ter enviado uma correspondência aos
açorianos sobre o sufrágio deste mês, pedindo também "neutralidade e
imparcialidade" ao Governo Regional.A
posição da CNE, a que a agência Lusa teve hoje acesso, diz respeito a
queixas de "mais de duas dezenas de cidadãos" a propósito de um 'email'
enviado pela AT sobre o processo de voto em mobilidade para as próximas
regionais de 25 de outubro, assinado pelo Governo dos Açores e
apresentando a mensagem “O futuro dos Açores está nas suas mãos”."Basta
ver a mensagem que consta desse 'email' para perceber que a mensagem
nada tem de censurável. Aliás, este aspeto é um aspeto central. Recordo
que, logo na altura, a própria CNE, através do seu porta-voz, disse que a
mensagem respeitava estes deveres de neutralidade e imparcialidade por
parte das entidades públicas", acrescentou o candidato às eleições
regionais deste mês.Vasco Cordeiro lembrou
ainda que o Governo dos Açores "tem responsabilidades na organização do
ato eleitoral" e tal objetivo deve ser partilhado por todos, advogou."Penso
que foi uma forma de fazer a mensagem ao maior número de pessoas",
prosseguiu, defendendo a opção de a missiva ser enviada aos eleitores
açorianos pela AT.A CNE determina à AT
"que se abstenha de intervir, por qualquer forma, nos processos
eleitorais, seja porque tal intervenção não é legitimada por nenhuma
norma de direito eleitoral, seja ainda e acessoriamente por força do que
comanda o princípio da especialidade das competências administrativas".No
que refere ao Governo dos Açores, a entidade reitera o que já havia
transmitido ao vice-presidente do executivo socialista, Sérgio Ávila: o
executivo "está sujeito a especiais deveres de neutralidade e
imparcialidade" e não pode emitir documentos "à exceção" dos previstos
na lei nestes momentos eleitorais.As
legislativas dos Açores estão marcadas para 25 de outubro, com 13 forças
políticas candidatas aos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional:
PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega,
Aliança, MPT e PCTP/MRPP. Estão inscritos para votar 228.999 eleitores.No
arquipélago, onde o PS governa há 24 anos, existe um círculo por cada
uma das nove ilhas e um círculo de compensação, que reúne os votos não
aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.O PS foi antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.Os
eleitores em mobilidade que votam antecipadamente nas eleições
regionais dos Açores puderam manifestar essa intenção entre 11 e 15 de
outubro e vão votar neste domingo.Com a
alteração à Lei Eleitoral da Assembleia Legislativa dos Açores,
promulgada pelo Presidente da República em 21 de agosto, os eleitores
passam a poder exercer o seu direito de voto de forma antecipada, por
mobilidade, também nas eleições regionais, algo que até agora era
permitido apenas nas eleições presidenciais, legislativas nacionais e
europeias.Para o efeito, vão ser criadas
mesas de voto nas câmaras municipais da sede de distrito, em Portugal
continental; uma por concelho, nas 19 câmaras municipais, nos Açores;
uma na Câmara Municipal do Funchal e outra na Câmara Municipal do Porto
Santo, na Região Autónoma da Madeira.