Vasco Cordeiro acusa Governo dos Açores de conduzir região para "beco sem saída"
24 de mar. de 2023, 19:33
— Lusa
"Os
números demonstram que a região está a ser conduzida por este Governo e
pelos partidos que o apoiam para uma situação de beco sem saída",
afirmou Vasco Cordeiro, antigo presidente do Governo dos Açores, no
último dia das jornadas parlamentares dos socialistas açorianos,
subordinadas ao tema “Coesão Económica e Social da Ilha do Pico”.O
também deputado no parlamento açoriano referiu-se aos dados tornados
públicos hoje relativos ao défice e à dívida pública da região de 2022. "Infelizmente
são dados que confirmam os alertas que o PS tem vindo a fazer quanto à
degradação das finanças públicas da região", apontou o líder regional
socialista, alertando que "em dois anos" houve "um aumento do défice de
cerca de 800 milhões de euros".Além disso,
houve "um aumento da dívida pública que ultrapassa os 600 milhões de
euros”, o que “dá uma média, em dois anos, de 300 milhões de euros de
aumento da dívida pública".Para o líder do
PS/Açores os dados em causa "evidenciam o caminho de degradação" que a
região está "a fazer", apesar do "aumento de receitas de impostos". "Os Açores batem em 2022 o triste recorde quer em termos de dívida pública da região, quer em termos de défice", vincou.Vasco Cordeiro disse que se tratam de dados "muito preocupantes", que surgem na sequência de "um conjunto de alertas"."Não
estamos apenas a falar de um Governo que é fonte de instabilidade
política", afirmou, considerando que o Governo Regional está também "a
falhar" com "compromissos que assumiu, inclusive, com alguns dos seus
parceiros". Vasco Cordeiro considerou
ainda que a situação "de degradação das finanças públicas" no atual
contexto "equivale também à degradação das condições" para que se possa
"usar a Autonomia em benefício das famílias e das empresas" face à atual
crise inflacionista."Este Governo
mantém-se não é porque o PS não apresentou uma moção de censura. Este
governo mantém-se porque há partidos políticos que o suportam na
Assembleia Regional", frisou.A 08 de
março, o deputado único da IL no parlamento açoriano, Nuno Barata,
rompeu o acordo de incidência parlamentar de suporte ao Governo dos
Açores, chefiado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, e depois o
independente Carlos Furtado, ex-Chega, também rompeu com esse acordo.Entretanto,
os dois deputados admitiram negociar “ponto a ponto” com o Governo dos
Açores para manter a estabilidade governativa na região.Os
três partidos que integram o Governo Regional (PSD, CDS-PP e PPM) têm
26 deputados na assembleia legislativa e contam agora apenas com o apoio
parlamentar do deputado do Chega, José Pacheco, somando assim 27
lugares num total de 57, pelo que perdem a maioria absoluta.O
PS venceu as eleições legislativas regionais de 25 de outubro de 2020
nos Açores, mas perdeu a maioria absoluta, que detinha há 20 anos,
elegendo 25 deputados.Em 07 de novembro de
2020, o representante da República indigitou o líder da estrutura
regional do PSD, José Manuel Bolieiro, como presidente do Governo
Regional, justificando a decisão com o facto de a coligação
PSD/CDS-PP/PPM ter apoios que lhe conferiam maioria absoluta na
assembleia legislativa.