Valor a assegurar pelo Estado nos terrenos de Santa Rita ainda desconhecido
Lajes
6 de nov. de 2018, 10:00
— Lusa/AO Online
Após
uma audiência com o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro,
em Angra do Heroísmo, no âmbito do primeiro dia da visita do executivo
regional à ilha Terceira, Tibério Dinis declarou existir um "compromisso
de solidariedade" por parte do Estado, sendo que agora se vai
determinar quais as famílias que estão em condições de adquirir os
terrenos onde têm as casas.Em
causa está um bairro construído na década de 1950, em terrenos
arrendados para acolher militares norte-americanos colocados na Base das
Lajes, numa altura em que o parque habitacional da ilha Terceira tinha
uma capacidade limitada. Na
década de 1990, as casas foram vendidas a portugueses, mas os terrenos
nunca chegaram a ser comprados e o diferendo entre moradores e
proprietários tem-se arrastado há anos nos tribunais.O
município da Praia da Vitória chegou a acordo com os proprietários dos
terrenos para a aquisição destes por quatro milhões de euros.O processo de legalização contempla 100 habitações durante o período de quatro anos.Tibério
Dinis referiu que os moradores que, por “carência ou insuficiência, não
possam garantir o seu direito à habitação”, vão recorrer a apoios
públicos com os apoios dos executivos regional e nacional.“Da
parte do Estado português há aqui um conjunto de acordos de princípio
dependentes do final do levantamento socioeconómico, porque, só assim,
se saberá qual é a componente que fica fora dos projetos de aquisição”,
adiantou o autarca.Para
o presidente da câmara, admitindo, “em tese, que todas as famílias têm
condições de adquirir o seu terreno, não haveria interferência pública,
seria um mero ‘bypass’ em que se adquiria os terrenos e se faria a
venda”.Desde
2003, que a maioria dos moradores deixou de pagar rendas, segundo os
próprios, por recomendação da câmara municipal, o que motivou vários
despejos. O
primeiro caso de despejo ocorreu há três anos e, recentemente,
somaram-se outros 13, mas continuam lá a viver mais de 80 famílias.