Vacinação em 2009/2010 registou valor mais alto da última década
A vacinação contra a gripe em 2009/2010 registou o valor mais alto estimado de vacinados (19,5 por cento) da última década, mas continua aquém das taxas de outros países europeus, segundo um relatório do Instituto Nacional de Saúde

Autor: Lusa
“Na população geral, na época de 2009-2010, observou-se o valor mais alto estimado de vacinados, 19,5 por cento, desde a época de 1998-1999, período em que se começou a estimar a cobertura vacinal contra a gripe sazonal”, refere o estudo do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) publicado no site oficial.

Segundo os últimos dados conhecidos, a cobertura vacinal em 2006/2007 foi de 25 por cento no Reino Unido, 27,4 por cento na Alemanha, 21,8 por cento em Espanha, 24,2 por cento em França e 24,4 por cento em Itália.

“Afigura-se importante continuar a promover uma maior cobertura com a vacina antigripal dos indivíduos com 65 anos e mais (Portugal assumiu a meta de 75 por cento de cobertura da população idosa em 2010), assim como no grupo de indivíduos portadores de alguma doença crónica para a qual se recomenda a vacinação”, refere o documento.

Segundo o estudo, a cobertura da população com a vacina antigripal sazonal nos grupos de risco foi de 52,2 por cento nos indivíduos com 65 e mais anos e de 31 por cento nos portadores de doença crónica (pelo menos uma).

A vacinação foi feita, fundamentalmente, por indicação do Médico de Família (70,3 por cento) e os vacinados passaram a utilizar mais frequentemente a farmácia para a administração da vacina (43,2 por cento).

Existem diferenças estatisticamente significativas na cobertura vacinal nas cinco regiões, sendo a mais alta na de Lisboa e Vale do Tejo (18,9 por cento) e mais baixa na do Algarve (10,5 por cento).

O estudo revela ainda que as pessoas com menor nível de instrução apresentam a maior percentagem de vacinados (30,4 por cento). “Com efeito à medida que vai aumentando o nível educacional, diminui a percentagem de vacinados”, salienta.

O principal conjunto de razões invocadas para a recusa da vacinação relaciona-se com mecanismos de desvalorização/negação da importância doença (60,9 por cento).

O estudo “Vacinação antigripal da população portuguesa em 2009-2010: cobertura e algumas características do ato vacinal” teve como base um inquérito realizado em abril de 2009 por entrevista telefónica à amostra de famílias ECOS (Em Casa Observamos Saúde), constituída por 1078 Unidades de Alojamento, representadas por 2893 pessoas, com uma taxa de resposta de 89,9 por cento.

A ministra da Saúde, Ana Jorge, anunciou no início de agosto que a vacina contra a gripe sazonal para a próxima época contém o vírus H1N1 e vai ser administrada pela primeira vez de forma gratuita a grupos mais vulneráveis.