Vacina de Oxford mostra segurança e eficácia em pessoas mais velhas
Covid-19
19 de nov. de 2020, 11:52
— Lusa/AO Online
De
acordo com os resultados preliminares da segunda fase de testes
clínicos hoje publicados, “a vacina britânica contra o SARS-CoV-2 mostra
resultados de segurança e imunidade em adultos saudáveis com 56 anos ou
mais semelhantes aos demonstrados em pessoas com idades entre os 18 e
os 55 anos”. O estudo incluiu 560 pessoas
saudáveis, 240 das quais com mais de 70 anos e os resultados indicam que
a vacina de Oxford “é mais bem tolerada em pessoas mais velhas
comparada com adultos jovens” e produz uma resposta imunitária
semelhante em todas as classes etárias. A
vacina provocou “poucos efeitos secundários e induziu respostas
imunitárias quer ao nível das células T do sistema imunitário quer na
criação de anticorpos". Os investigadores
consideram que os resultados “podem ser encorajadores se as reações
deste estudo” forem acompanhadas de proteção contra a infeção pelo
SARS-CoV-2, o coronavírus que provoca a doença covid-19, o que só poderá
ser confirmado pelos ensaios clínicos da terceira fase de
desenvolvimento da vacina, que já decorrem e incluem pessoas ainda mais
velhas e com outras doenças. “As
respostas imunitárias das vacinas são por vezes diminuídas em pessoas
mais velhas porque o sistema imunitário vai-se deteriorando com a idade,
o que as deixa mais suscetíveis a infeções, por isso é crucial que as
vacinas para a covid-19 sejam testadas neste grupo, que também é um dos
prioritários para vacinação”; afirmou o principal autor do estudo,
Andrew Pollard, da universidade de Oxford.Este
estudo é a quinta avaliação de estudos clínicos de uma vacina contra o
novo coronavírus testada em faixas mais idosas da população. As
reações adversas verificadas foram consideradas ligeiras, as mais
comuns foram dor no local da inoculação, fadiga, dores de cabeça, febre e
dores musculares. Houve reações adversas graves em treze dos
voluntários nos seis meses subsequentes à vacinação, nenhuma das quais
foi relacionada com a vacina.A
investigadora Sarah Gilbert afirmou que o estudo dá algumas respostas
sobre a proteção de pessoas mais velhas, mas que ainda há dúvidas “sobre
a eficácia e a duração da proteção”, que terão que ser confirmadas “em
pessoas mais velhas com doenças pré-existentes”.Os
autores apontam algumas limitações na amostra do estudo, cujos
participantes mais velhos tinham uma idade média de 73-74 anos e eram
relativamente saudáveis, por isso podem não ser representativos da
generalidade da população mais idosa.