Vacina da Moderna produziu anticorpos persistentes 90 dias depois
Covid-19
4 de dez. de 2020, 12:00
— Lusa/AO Online
A duração da
proteção é provavelmente mais longa, mas estes são os primeiros dados,
ao longo de um período de vários meses, validados de forma independente
por uma revista científica. Os participantes no estudo serão seguidos durante 13 meses, para verificar a proteção a longo prazo, segundo os autores.Investigadores
de institutos nacionais de saúde testaram o nível de dois tipos de
anticorpos contra o coronavírus 90 dias após a segunda dose da vacina,
que ser realiza 28 dias a seguir à primeira.Os
autores observaram uma ligeira e esperada queda nos níveis de
anticorpos nos participantes vacinados, mas mantiveram-se ainda elevados
e acima da imunidade natural observada em antigos doentes recuperados
de covid-19.Além disso, não foram observados acontecimentos adversos graves no chamado ensaio da fase 1, que tinha começado em março.Os
anticorpos são apenas um componente da resposta imunitária, juntamente
com os linfócitos B (memória imunitária, produção de anticorpos) e os
linfócitos T (que matam as células infetadas). Os
investigadores observam que os dados sobre as células de memória
imunitária ainda não são conhecidos, mas estudos anteriores mostraram
que a vacina induz efetivamente as células assassinas.Anthony
Fauci, imunologista e diretor do Instituto de Doenças Infecciosas dos
EUA, disse, numa entrevista recente à agência de notícias francesa AFP,
que estava certo de que a memória imunitária criada pela vacina duraria
algum tempo. Mas, "não se sabe se vai ser um, dois, três ou cinco anos,
não se sabe", afirmou, e só o tempo o dirá."São
notícias bastante positivas no geral", disse hoje o virologista
Benjamin Neuman, professor da Universidade A&M do Texas, à AFP,
sobre o novo estudo, observando que mesmo nas pessoas mais velhas a
resposta imunitária permaneceu "razoavelmente forte".