Utilização de testes rápidos ainda sob avaliação do Instituto Ricardo Jorge
Covid-19
25 de set. de 2020, 17:43
— Lusa/AO Online
Na conferência de imprensa
sobre a evolução da pandemia em Portugal, Raquel Guiomar reconheceu que
estes testes “trazem algumas vantagens para a deteção de casos
suspeitos” e que podem permitir uma “rápida implementação de medidas que
impeçam as cadeias de transmissão”, mas não transmitiu uma decisão
final sobre o tema, depois de a ministra da Saúde, Marta Temido, ter
chegado a anunciar para o “final da semana” uma posição.“Neste
momento, estamos a avaliar uma nova geração destes testes rápidos e o
grupo de peritos vai reunir-se para fazer a avaliação”, afirmou Raquel
Guiomar, notando que os “testes devem ser sempre realizados no contexto
do historial do doente”, tanto físico como epidemiológico: “Têm
critérios específicos de seleção e utilização. Esta é ainda uma situação
que está a ser avaliada pela comissão de avaliação dos testes”. Contudo,
a responsável do INSA vincou que eventuais lacunas dos testes rápidos
“serão colmatadas pelo encaminhamento para o método de referência”, sem
deixar de destacar a expectativa positiva perante a utilização noutros
países europeus e que indiciam “uma boa concordância” com o RT-PCR.O
tema dos testes serviu também para a diretora-geral da Saúde, Graça
Freitas, reiterar que a realização de testes devem estender-se a pessoas
assintomáticas, caso sejam considerados pelas autoridades de saúde como
contactos de alto risco.“Os contactos de
alto risco assintomáticos devem fazer teste, especialmente em contexto
de surto. E não é o teste que determina o isolamento profilático destas
pessoas; no momento em que uma autoridade de saúde identifica um
indivíduo como um contacto de alto risco, determina o isolamento
profilático, segue-se um teste e depois o resultado desse teste. Não é o
teste nem o resultado que determinam que a pessoa fique em quarentena”,
explicou.Já sobre o período de isolamento
profilático, atualmente preconizado em 14 dias em Portugal e que nas
últimas semanas registou uma redução para 10 dias em alguns países,
Graça Freitas notou que o tema está a ser alvo de análise pelas
autoridades de saúde nacionais.“Estamos a
analisar se aos 10 dias é seguro, mas seria com várias condições. Uma
pessoa que sair de quarentena ao 10.º ou 11.º dia ainda vai ter de
manter o compromisso social de distância e máscara, porque ainda tem uma
probabilidade de estar infecciosa. Não é uma medida que possa ser
tomada de ânimo leve. Estamos a estudar e são decisões que os países vão
tomando de acordo com a sua realidade e capacidade de ter medidas
complementares”.