Utentes realizam buzinão na Ponte 25 de Abril contra preços dos combustíveis
25 de nov. de 2021, 12:33
— Lusa/AO Online
Em
declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Democrática de
Utentes da 25 de Abril disse que os automobilistas estavam cerca das
08:10 de hoje a aderir ao protesto, que tem como lema “Em vez de mitigar
(ludibriar) há que baixar os preços e é para isso que buzinaremos".“Os
preços dos combustíveis têm de baixar pelo menos 1,50 euros para a
gasolina e 1,30 para o gasóleo, para que as pessoas possam retomar um
pouco da sua vida […]. Claro que nos avançam com a ideia paradisíaca de
que a partir de abril isto vai melhorar, mas e até lá? E será que vai
melhorar a partir de abril? Mas, mesmo que os preços baixassem por causa
das petrolíferas, até lá vamos continuar nesta escalada de aumento do
custo de vida. É completamente insuportável”, disse.Aristides
Teixeira destacou também que faz todo o sentido fazer este protesto na
ponte porque a denominada Margem Sul (do Tejo, no distrito de Setúbal) é
das regiões mais pobres do país e ainda tem portagens a pagar para
chegar à capital para estudar ou trabalhar.A
Ponte 25 de Abril tem 2.277 metros de comprimento, fazendo a ligação
das margens norte (Lisboa) e sul (Almada, distrito de Setúbal) do Tejo.Sobre os incentivos anunciados pelo Governo, Aristides Teixeira classificou-os como “manobra de ilusionismo”.Para
fazer face à subida do preço dos combustíveis, o ministro das Finanças,
João Leão, anunciou em outubro que as famílias iriam passar a receber,
através do IVAucher, 10 cêntimos por litro de combustível até um limite
de 50 litros por mês, uma medida que vai ser aplicada entre novembro e
março.“Foi uma medida de grande
complexidade e sem qualquer expressividade do ponto de vista prático.
Veio a ser usada por uma reduzida parte da população, aquela que
consegue andar a pesquisar quais são as gasolineiras que fazem e também
as que têm alguma destreza na parte da informática”, sublinhou.Na
opinião de Aristides Teixeira, esta é uma situação inaceitável e, por
isso, os utentes decidiram manifestar novamente a sua indignação.“Nós,
os portugueses, somos os lesados dos combustíveis porque mesmo esses,
os que vão utilizando os Autovaucher, o dinheiro que recebem em nada tem
a ver com o dinheiro que gastam por causa do aumento dos combustíveis,
porque os produtos essenciais aumentaram”, disse.O
presidente da Associação Democrática de Utentes da 25 de Abril,
sublinhou que o aumento do preço dos combustíveis se reflete, entre
outros, nos bens alimentares, como o pão, que já sofreu um aumento na
semana passada.“Reflete-se em todos os
produtos de consumo que as empresas estão a fazer com que os
contribuintes paguem. Daí que este ato de ilusionismo que o Governo fez
em antecipação às festas de circo de Natal em nada nos enganaram, porque
o auditório do ilusionismo e dos circos são as crianças e nós já somos
adultos, portanto o Governo mais uma vez errou e perante isto viemos
manifestar novamente a nossa indignação”, salientou.
Além do IVAucher, o Governo aprovou um conjunto de medidas de
compensação para as empresas de transporte de passageiros, face à
escalada do preço dos combustíveis.Este
apoio extraordinário ao setor abrange todos os veículos de transportes
públicos rodoviários de passageiros - autocarros e táxis - licenciados
pelo Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT) e corresponde a 10
cêntimos por litro. A medida irá suportar
em 190 euros cada táxi (assumindo consumos de 380 litros mensais) e em
1.050 euros cada autocarro (assumindo consumos de 2.100 litros de
combustível por mês).