Utentes com consultas canceladas nos Açores devido à greve dos médicos
25 de out. de 2017, 11:24
— Lusa/AO Online
Os médicos dos Açores,
Madeira e da região Sul estão em greve desde as 00:00 de hoje, uma
paralisação regional que já decorreu no Norte e que antecede um dia de
greve nacional, prevista para 8 de novembro.Paula Resendes, de 62
anos, do concelho da Lagoa, viu a sua consulta adiada por falta de
médico, mas reconhece o direito à greve por parte destes profissionais,
apesar do transtorno que foi levantar-se mais cedo numa manhã de chuva
intensa e trovoada em Ponta Delgada.Mas se para Paula Resendes
“este é um direito que lhes assiste”, para Carlos Cordeiro, de 49 anos,
da freguesia do Pico da Pedra, que também viu a sua consulta cancelada, o
transtorno só não foi maior porque a localidade de trabalho é mesmo em
Ponta Delgada.“Mas existem muitas pessoas que vieram de muito longe, com mau tempo, e que não conseguiram consulta”, disse.Beatriz
Pacheco, de 23 anos, natural da Ribeira Grande, desconhecia que havia
uma greve em curso, mas esperava pacientemente que a sua consulta fosse
viabilizada.Os médicos reclamam a redução de 18 para 12 horas
semanais dos turnos nos serviços de urgência, bem como a diminuição dos
utentes por médico de família de 1.900 para 1.500 pessoas.A greve foi convocada pelos dois sindicatos médicos – Sindicato Independente dos Médicos e Federação Nacional dos Médicos.Desconhece-se,
para já, o impacto que a paralisação está a ter nas diferentes ilhas
açorianas, uma vez que o governo dos Açores ainda não tem números
disponíveis, mas, segundo os sindicatos dos médicos, a greve está a ter
uma adesão de cerca de 75% nos cuidados de saúde primários da região Sul
e ilhas. Em declarações à agência Lusa, Guida da Ponte, da
comissão executiva da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), revelou os
primeiros dados da adesão à greve: “75% dos cuidados de saúde
primários”.