UNRWA diz que não há comida ou água em Gaza e exige trégua imediata
Médio Oriente
22 de out. de 2024, 12:29
— Lusa/AO Online
“No norte de Gaza, as
pessoas estão apenas à espera da morte”, sublinhou Philippe Lazzarini,
num comunicado publicado na rede social X.As
pessoas “sentem-se abandonadas, desesperadas e sozinhas" e "vivem com
medo da morte a cada segundo”, referiu, adiantando que “o número de
mortos continua a aumentar” após “quase três semanas de bombardeamentos
contínuos por parte das forças israelitas”.Segundo
o responsável da agência das Nações Unidas, “o cheiro da morte está por
todo o lado, já que os corpos jazem nas ruas ou sob os escombros”, mas
“as missões [de ajuda] continuam sem permissão para remover os corpos ou
prestar assistência humanitária”.Por
isso, exigiu Philippe Lazzarini, é fundamental fazer “uma trégua
imediata, nem que seja por algumas horas”, para permitir “a passagem das
famílias que queiram sair da zona e chegar a locais mais seguros”.Isto “é o mínimo para salvar a vida de civis que nada têm a ver com este conflito”, concluiu.O
exército israelita lançou uma ofensiva contra Gaza após os ataques
levado a cabo pelo grupo islamita em 07 de outubro de 2023, que fizeram
cerca de 1.200 mortos e quase 250 reféns.Os
ataques israelitas já fizeram mais de 42 mil mortos entre os
palestinianos, aos quais se somam mais de 750 mortes na Cisjordânia e em
Jerusalém Oriental às mãos das forças de segurança israelitas e ataques
perpetrados por colonos.O Ministério da Saúde de Gaza também afirmou hoje que o sistema de saúde na região está à beira “da catástrofe”. “O
hospital Kamal Adwan está numa situação mais que catastrófica, já que a
porta do centro foi bombardeada. Bombas foram lançadas contra as
ambulâncias do hospital, mas não explodiram. Os andares superiores do
hospital estão a ser atacados e a unidade ruiu completamente, pelo que
ninguém pode entrar ou sair”, alertou o ministério, em comunicado.A
mesma fonte referiu ainda que a maior parte do material médico deste
hospital, como as unidades de sangue, já não está disponível e que o
pessoal de saúde e os doentes estão “em situação de extremo perigo”.“As
forças israelitas estão a disparar contra nós de todas as direções. As
pessoas estão aterrorizadas. Mas não vamos abandonar o hospital Kamal
Adwan nem deixar os feridos e os doentes sozinhos”, disse o diretor do
Kamal Adwan, Hossam Abu Safieh, citado pela agência de notícias
espanhola Efe.Por seu lado, o diretor do
hospital Indonésio, Marwan Sultan, localizado no norte de Gaza, alertou
para a possibilidade de mais doentes morrerem após o cerco israelita
imposto a este centro hospitalar.Na
segunda-feira, a Casa Branca avisou Israel de que precisa fazer “muito
mais” para permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza.“Vimos
alguns progressos nalgumas coisas (...), mas ninguém no Governo dos EUA
vos dirá que estamos satisfeitos ou que consideramos satisfatória a
situação humanitária em qualquer parte de Gaza”, disse o porta-voz
adjunto do Departamento de Estado, Vedant Patel, numa conferência de
imprensa.