Universitários mais desfavorecidos e sem bolsa vão receber apoio para alojamento
OE2023
10 de out. de 2022, 16:34
— Lusa/AO Online
Segundo a proposta de
OE2023 está prevista uma verba
de 3.264,5 milhões de euros para os setores da Ciência, Tecnologia e
Ensino Superior, mais 17,6% face à execução estimada até ao final do
ano. Assumindo o objetivo de “promover a
equidade e o sucesso num ensino superior de qualidade”, o Governo
atualiza os complementos de alojamento fora de residência, face ao
aumento dos custos de arrendamento. Esse
apoio, que varia entre os 221 e 288 euros mensais, será alargado, ainda
durante o ano letivo 2022/2023, a todos os estudantes deslocados, do
ensino superior público e privado, provenientes de famílias que recebam
até ao salário mínimo nacional, mesmo que não lhes tenha sido atribuída
bolsa.De acordo com o relatório que
acompanha a proposta do Governo, a medida poderá beneficiar cerca de 15
mil estudantes e terá um custo orçamental estimado de 43 milhões de
euros.Por outro lado, para os bolseiros, o
OE2023 prevê o aumento do limiar de elegibilidade e o alargamento da
atribuição de bolsas +Superior a todos os estudantes, podendo acumular
com a bolsa de estudo.Aos estudantes que
beneficiem do 1.º, 2.º ou 3.º escalão de abono de família e que entrem
numa universidade ou politécnico públicos através do concurso
nacional de acesso será atribuída de forma automática a bolsa de estudo.A
bolsa vai contar com um novo complemento, com um valor máximo de 250
euros anuais, para apoiar as deslocações dos estudantes bolseiros entre
as localidades da sua residência habitual e as localidades das
instituições de ensino que frequentam.Haverá
ainda um outro complemento de alojamento, destinado a estudantes
bolseiros deslocados do seu país de residência habitual. A medida vai
beneficiar, por exemplo, estudantes em situação de emergência por razões
humanitárias ou beneficiários de proteção temporária, e emigrantes
portugueses que ingressem no ensino superior em Portugal.Para
o ensino superior, está também prevista a criação de um programa de
sucesso e redução do abandono escolar, que já tinha sido anunciado pelo
secretário de Estado Pedro Teixeira, e que vai privilegiar, sobretudo,
os novos estudantes.O programa “visa
consolidar o efeito das medidas de apoio financeiro a ações inovadoras
de ensino e aprendizagem nas instituições de ensino superior, já em
curso no âmbito do projeto Skills 4 pós-COVID — Competências para o
futuro no ensino superior”, refere o relatório.Em
articulação com o Programa Nacional para a Saúde Mental e com o
Ministério da Saúde, será criado um programa de promoção de saúde mental
dirigido aos estudantes do ensino superior e que permitirá apoiar as
instituições na “consolidação de mecanismos de apoio psicológico aos
estudantes e concretização de estratégias de intervenção precoce e de
abordagem preventiva”.Do lado da ciência, o
relatório da proposta de OE2023 indica “um reforço de 3,5% no
financiamento atribuído à Fundação para a Ciência e a Tecnologia”, sem
precisar valores de despesa consolidada.“As
dotações orçamentais atribuídas incluem ainda o estímulo à prossecução
dos processos de internacionalização das nossas comunidades académica,
científica e tecnológica, de modo a contribuir para duplicar, em
2021-2027, a presença portuguesa nos programas europeus face a 2014-2020
e atrair cerca de dois mil milhões de euros de financiamento da União
Europeia nas áreas da investigação e inovação nesse período, através dos
programas Erasmus+, Espaço e Digital”, lê-se no relatório.A
proposta de OE2023 foi entregue na Assembleia da República pelo
ministro das Finanças e vai ser debatida na generalidade no parlamento
nos próximos dias 26 e 27. A votação final global do diploma está
marcada para 25 de novembro.