Universidade dos Açores vê dificuldades em apoiar mais estágios curriculares
27 de jul. de 2021, 10:59
— Lusa/AO Online
O
apoio regional à frequência de estágios curriculares proposto pelo PS
destina-se a estudantes com residência nos Açores inscritos em
licenciatura, pós-graduação, mestrado integrado, mestrado ou cursos
técnicos superiores profissionais, em instituições dentro ou fora da
região, que tenham de fazer um estágio para obtenção de grau académico.Estão
previstos apoios à alimentação, à deslocação, ao alojamento, quando se
justificar, e uma viagem, por via aérea ou marítima, de ida e volta
entre a ilha de residência e a ilha onde for feito o estágio.Ouvida pela Comissão de Assuntos Sociais, a vice-reitora da Universidade
dos Açores, Ana Teresa Alves, apontou algumas “questões de
operacionalização” do diploma, já que aquela instituição tem “uma grande
variedade ou tipologias de estágios”.A
responsável destacou que “a Universidade já tem, em alguns cursos,
dificuldade em garantir os estágios aos seus alunos” e que, “se a estes
lugares se juntar a procura de estudantes que estão fora para fazer
estágios aqui na região, a situação pode ficar complicada”.Segundo
adiantou a vice-reitora, a Universidade dos Açores tem de garantir, no
mínimo, “cerca de 200 estágios por ano”, sendo o curso de Enfermagem
aquele onde se têm sentido mais dificuldades, que foram agravadas pela
pandemia de Covid-19.Sobre o intervalo de
idades compreendidas pelo diploma, que prevê apoios para estudantes
entre os 18 e os 30 anos, Ana Teresa Alves lembrou que “importa também
ver como é que isso de articula com o disposto do PRR [Plano de
Recuperação e Resiliência], que vai apoiar a formação aos maiores de 23
anos”.Durante a manhã foram também ouvidos
representantes da Associação Académica da Universidade dos Açores, da
Associação de Estudantes da Escola Superior de Enfermagem e da
Associação de Jovens Unidos pelos Açores.Quanto
questionados pelo deputado socialista Vílson Ponte Gomes sobre se a
proposta devia ser estendida a alunos maiores de 30 anos, todos
concordaram.Numa série de audições pouco
participada, os deputados social-democratas Flávio Soares e Ana Quental
frisaram a sua preocupação com a possibilidade de duplicação de apoios,
nomeadamente com a bolsa da Direção-Geral do Ensino Superior.Para
Daniela Faria, presidente da Associação de Estudantes da Universidades
dos Açores, essa não é uma questão que preocupe, já que “há sempre
estudantes que não têm acesso”, mesmo que tenham baixos rendimentos.Já
uma das representantes da Associação de Estudantes da Escola Superior
de Enfermagem referiu que “poderá haver a tal duplicação, mas também irá
haver a duplicação das despesas” para alguns dos alunos que fazem
estágio curricular longe da sua área de residência.O
representante da Associação de Jovens Unidos pelos Açores, Carlos
Mateus, respondeu à questão do PSD com outra questão: “Duplicação de
apoios? Têm noção de quanto custa, para um jovem, uma licenciatura ou um
mestrado?”, questionou.Para o
representante desta associação que junta estudantes açorianos
deslocados, esta medida é uma “oferta aliciante” que pode ajudar a
fixação destes jovens na região.