Universidade dos Açores vai receber 1,2 ME anuais entre 2020 e 2023
6 de fev. de 2020, 10:03
— Lusa/AO Online
“Da
parte do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior foi
assegurada a disponibilidade e o compromisso em, de 2020 a 2023,
reforçar o financiamento da Universidade dos Açores em cerca de 1,2
milhões de euros por ano, num total de 4,8 milhões”, declarou Vasco
Cordeiro, na residência oficial do executivo, em Ponta Delgada, na ilha
de São Miguel.O presidente do Governo dos
Açores anunciou a 28 de janeiro a realização de uma reunião, hoje,
entre o executivo, o ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, e o
reitor da Universidade dos Açores, João Luís Gaspar, para ultrapassar
dificuldades no financiamento da academia.Relativamente à pretensão da academia açoriana de aceder a
verbas comunitárias - algo que está impedida atualmente - Vasco Cordeiro referiu que o
atual quadro financeiro plurianual está em fase final, tendo sido
negociado em 2013, altura em que “não foi contemplado no acordo de
parceria celebrado entre o país e a Comissão Europeia a possibilidade
das universidades insulares acederem a fundos comunitários de programas
nacionais”.Para o líder do executivo, a
dez meses do fim do atual quadro comunitário de apoio não é possível
alterar este cenário, mas “há, sobretudo, um compromisso político do
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, do Governo Regional
e da própria Universidade dos Açores” de colocar esta questão no âmbito
das perspetivas financeiras 2021-2027.No
capítulo da remuneração complementar, Vasco Cordeiro recordou que esta é
uma obrigação imposta pelo Orçamento do Estado, mas acrescentou que “se
vai ter em atenção esta questão no âmbito do cálculo de financiamento
da Universidade dos Açores, isolando este aspeto daquilo que é o cálculo
global que se faz”. De acordo com o líder
do executivo socialista, este é um exemplo concreto de uma “autonomia
de resultados”, sendo-se “capaz de, face a uma situação em que havia
entendimentos diferentes, ser possível criar condições em beneficio da
Universidade e da região".Vasco Cordeiro
explicou que, após contatos prévios entre Governo Regional dos Açores,
Universidade dos Açores e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior, foi “possível alcançar um acordo”, que será “formalizado nos
próximos tempos”, mas que não substitui o contrato de legislatura
celebrado entre a tutela e todas as universidades do país.“Estes
termos do acordo que hoje foi fechado tratam de forma especifica aquilo
que é específico da Universidade dos Açores”, disse o líder do
executivo regional, exemplificando com a insularidade e a tripolaridade
da academia açoriana.O governante destacou
que para além das questões financeiras asseguradas no acordo, existe um
“conjunto de aspetos que visam o objetivo maior de fortalecimento da
Universidade dos Açores para esse trajeto que interessa aos Açores e ao
país”. O ministro da Ciência, Tecnologia e
Ensino Superior, Manuel Heitor, considerou, por seu turno, que “as
especificidades dos Açores sempre foram reconhecidas e valorizadas”, daí
que se tenha apostado no Centro de Investigação do Atlântico na região,
se tenha montado a Agência Espacial, além de se ter trabalhado “sempre
em contínuo com a Universidade dos Açores”.“Agora,
há que perceber que todas as instituições têm especificidades, por
isso, a corresponsabilização de autores, própria do Governo por aquilo
que é a eficiência da despesa pública e do erário público tem que acudir
a todas as situações, valorizando sempre Portugal no contexto europeu”,
disse. O reitor da Universidade dos
Açores, João Luís Gaspar, considerou que foi possível chegar a um acordo
que “permite afirmar que estão ultrapassadas algumas das questões que
levaram a academia a considerar que não haviam todas as condições para
assinar o contrato de legislatura” com o Ministério, tendo-se
manifestado satisfeito com o resultado final.João
Luís Gaspar referiu que os montantes referidos por Vasco Cordeiro “eram
os necessários para garantir aquilo que é a atuação da Universidade na
missão que está hoje definida”.