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Óbito/Laborinho Lúcio
Universidade dos Açores recorda “figura maior” da justiça, educação e cidadania

A Universidade dos Açores (UAc) referiu que Álvaro Laborinho Lúcio, antigo ministro da República para os Açores, foi uma “figura maior da justiça, da educação e da cidadania”


Autor: Lusa/AO Online

Em comunicado divulgado nas redes sociais, a UAc manifesta “o seu profundo pesar pelo falecimento de Álvaro José Brilhante Laborinho Lúcio”, que em 2024 recebeu o título de Doutor Honoris Causa.

“Figura maior da justiça, da educação e da cidadania, Laborinho Lúcio destacou-se pela ética, pelo humor refinado e pela forma generosa como compreendia o outro, dentro e fora das salas de aula”, referiu.

Segundo a nota, na Universidade dos Açores, “onde recebeu o título de Doutor Honoris Causa em 2024, cultivou uma relação especial com a comunidade académica, sempre próximo dos estudantes, atento aos docentes e profundamente sensível ao trabalho de todos os que fazem a UAc”.

“Deixou uma marca profunda de sabedoria, humanidade e inspiração, que permanecerá viva na memória da nossa academia”, acrescentou.

A UAc recorda Laborinho Lúcio com “admiração, afeto e gratidão”, apresentando à família, aos amigos e a toda a comunidade académica as “mais sentidas condolências”.

Álvaro Laborinho Lúcio foi secretário de Estado da Administração Judiciária e ministro da Justiça em 1990, durante o Governo de Cavaco Silva, e ministro da República para os Açores, durante a presidência de Jorge Sampaio.

Foi também Procurador da República junto do Tribunal da Relação de Coimbra, inspetor do Ministério Público, Procurador-Geral-Adjunto da República, diretor da Escola da Polícia Judiciária e do Centro de Estudos Judiciários.

Na Nazaré, foi presidente da Assembleia Municipal.

Mais recentemente, integrou a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa.

Laborinho Lúcio nasceu na Nazaré em 01 de dezembro de 1941. Na juventude, foi ator amador, tendo participado na criação do Grupo de Teatro da Nazaré.

Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Direito e obteve o Curso Complementar de Ciências Jurídicas.

Foi ainda membro, entre outras, de associações como a APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vítima e a CRESCER-SER, de que é sócio fundador.

Entre 2013 e 2017, foi presidente do Conselho Geral da Universidade do Minho e membro eleito da Academia Internacional da Cultura Portuguesa.

Laborinho Lúcio estreou-se na escrita de ficção narrativa em 2014, com “O Chamador”, na Quetzal, editora pela qual lançou mais quatro títulos até ao ano passado: “O Homem que Escrevia Azulejos”, “O Beco da Liberdade”, “As Sombras de uma Azinheira” e o livro de crónicas e outros textos “A Vida na Selva”.

Já este ano, em março, editou, pela Zigurate, com Odete Severino Soares e ilustrações de Catarina Sobral, o livro “Marília ou a Justiça das Crianças”.

Foi condecorado em 2005 pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo.