Universidade de Coimbra descobre novas larvas de peixes nos Açores
23 de set. de 2024, 10:32
— Lusa/AO Online
“Identificámos
38 espécies diferentes, pertencentes a 27 famílias distintas e notámos
uma maior abundância de espécies nas ilhas do Corvo e das Flores, embora
as variações observadas possam ter sido influenciadas pelos diferentes
anos de amostragem”, revelou Filipe Martinho, investigador do Centro de
Ecologia Funcional e coordenador do projeto, citado num comunicado
enviado à agência Lusa.O projeto “Fish
larvae in the Azores islands - structure, dynamics and biodiversity in
Northeast Atlantic UNESCO biosphere reserves”, financiado pela Fundação
PADI (EUA), centrou-se especificamente nas quatro ilhas dos Açores
classificadas como Reservas da Biosfera: Corvo, Flores, Graciosa e São
Jorge.Segundo a UC, a investigação durou
dois anos e representou um avanço significativo no conhecimento das
larvas de peixe, mas também na proteção das Reservas da Biosfera nos
Açores.Para a bióloga Milene Guerreiro,
tratou-se de um “grande desafio, uma vez que muitas das espécies
identificadas eram desconhecidas e, portanto, o projeto integrou
análises de ADN para ajudar na determinação das espécies”.Algumas
das larvas, com tamanhos reduzidos de apenas três milímetros, foram
muito difíceis de identificar devido à escassez de guias de
investigação, salientou a equipa de investigadores.“Estes
organismos foram recolhidos através de uma rede puxada por uma
embarcação, concentrando as amostras de água do mar. A identificação é
feita tanto visualmente, com ajuda de uma lupa, como através de análises
de ADN, o que permitiu registar a presença de larvas de peixes que não
estavam ainda referenciadas naquelas ilhas”, explicou, por seu lado, Ana
Lígia Primo.Entre as espécies analisadas encontram-se o Carapau-Negrão, o Sarrajão, Peixe-galo e o Mero.Os
autores consideram que o projeto “não só contribuiu para o conhecimento
da biodiversidade marinha, como também vem ajudar a complementar os
guias sobre as larvas de peixe, dando a conhecer uma parte da vida
marinha que passa despercebida para a maioria das pessoas”.Além
dos investigadores Filipe Martinho, Ana Lígia Primo e Milene Guerreiro,
do Centro de Ecologia Funcional, participaram neste estudo Miguel
Pardal, Filipe Costa e Manuel Rodrigues, do Departamento de Ciências da
Vida, e ainda Ana Veríssimo, investigadora do Cibio & Biopolis.