Autor: Lusa /AO Online
No discurso proferido na sessão solene do Dia da Universidade da Madeira, Sílvio Moreira Fernandes destacou “a longa luta” que tem sido feita para que a UMa “tenha, como já foi reconhecido pela Assembleia da República, em 2019, o seu orçamento majorado para compensar os sobrecustos devido à sua situação insular e ultraperiférica”.
E lamentou que o aumento de verbas ainda não tenha sido concretizado: “Lamento, em nome da Universidade da Madeira e em nome de todos quantos se associam a esta causa, que todo o trabalho realizado, desde então, pelas reitorias da Universidade da Madeira e da Universidade dos Açores […] não tivesse acolhido aceitação”.
“Lamento, igualmente, que o prometido contrato-programa anunciado em fevereiro de 2020 para a Universidade dos Açores, no valor de 1,2 milhões de euros por ano, não tenha sido celebrado, facto que não permitiu idêntica solução para a Universidade da Madeira”, acrescentou.
O reitor da UMa salientou que “a falta deste meio indispensável tem vindo a afetar a capacidade de a Universidade da Madeira poder apoiar as suas áreas de suporte à atividade formativa e de investigação, do reforço dos recursos humanos, da modernização de equipamentos e da transformação digital”.
“E todos sabemos o quão penoso e injusto é trabalhar em condições precárias no apoio a estas atividades”, apontou.
Sílvio Moreia Fernandes referiu também que a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino superior, Elvira Fortunato, reconheceu esta semana, numa audição parlamentar, “que era necessário encontrar um modelo mais justo de financiamento destas universidades”.
“Espero que esta nova posição de abertura em relação a este problema venha a concretizar-se o mais brevemente possível”, afirmou o reitor.
O professor reconheceu que as universidades não dependem apenas das dotações do Orçamento do Estado (OE), mas defendeu ser “insofismável que as receitas provenientes do OE são a base da estrutura financeira das instituições”.
Esta reivindicação foi, igualmente, abordada pelo presidente do Conselho Geral da UMa, Francisco Fernandes, e pelo administrador da UMa, Ricardo Gonçalves, numa cerimónia que contou com a presença do ex-presidente do Governo Regional, Aberto João Jardim, de atuais governantes, autarcas e deputados.
Por seu turno, o presidente da Associação Académica da Universidade da Madeira, Alex Faria, abordou os casos de assédio no ensino superior que têm sido tornado públicos, defendendo a necessidade de criar estruturas através das quais as vítimas possam efetuar as denúncias.
Outro tema realçado pelo estudante prende-se com o desafio da saúde mental, que se agrava com a pandemia de covid-19 e com o aumento dos preços dos produtos na sequência do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.