Unidade de doentes da Raríssimas continua a cumprir serviços aos utentes
12 de dez. de 2017, 16:20
— Lusa/AO online
Em
comunicado enviado à agência Lusa, o conselho diretivo e a coordenação
da Casa dos Marcos refere, em nome dos trabalhadores, que tem orgulho de
trabalhar “numa instituição que prossegue uma das missões mais nobres
de uma sociedade, ou seja, a atenção e o cuidado devidos a quem não pode
cuidar de si próprio e vive numa permanente situação de necessidade”.“Neste
momento é nosso dever transmitir que nos mantemos, como até agora, a
cumprir as nossas funções e que não estão em causa quaisquer serviços
prestados na Casa dos Marcos. Antes de mais, demarcamo-nos de toda e
qualquer atitude menos ética ou ilícita que tenha sido praticada em nome
da instituição, seja pela ex-presidente ou por qualquer membro da
direção, e reafirmamos a lealdade, apenas e só, à causa para a qual
trabalhamos”, refere a nota.Contactada
pela Lusa, a coordenadora do departamento jurídico da Casa dos Marcos,
Manuela Duarte Neves, indicou que a referência a Paula Brito e Costa
como ex-presidente se deve ao facto de o conselho diretivo e
trabalhadores considerarem que esta “se vai demitir”.“Importa
que, inequivocamente, os nossos parceiros, mecenas, pais e cuidadores
estejam cientes do nosso propósito e que, connosco, prossigam a nossa
missão de forma cada vez mais assertiva e com o máximo rigor”,
acrescenta a nota enviada à Lusa.Segundo Manuela Duarte Neves, trabalham na Casa dos Marcos cerca de 150 pessoas.A
Casa dos Marcos tem um conselho diretivo próprio, que é composto por
quatro elementos, sendo um deles a presidente da Raríssimas, a única que
não subscreveu este comunicado agora divulgado, explicou Manuel Duarte
Neves.O canal
televisivo TVI divulgou no sábado uma reportagem sobre a gestão da
associação Raríssimas - Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras,
financiada por subsídios do Estado e donativos. A investigação mostra
documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade
social, nomeadamente da sua presidente, Paula Brito e Costa, que
alegadamente terá usado o dinheiro em compra de vestidos e vários gastos
pessoais.Na
segunda-feira, a Procuradoria-Geral da Republica (PGR) informou que o
Ministério Público está a investigar a Raríssimas, após uma denúncia
anónima relativa a alegadas irregularidades na gestão financeira e ao
uso indevido de dinheiros da associação pela sua presidente.Também
na segunda-feira, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança
Social anunciou que vai “avaliar a situação” da Raríssimas e “agir em
conformidade”, após a denúncia de alegadas irregularidades na gestão
financeira e de uso indevido de dinheiros da associação pela sua
presidente.Antes
da posição do ministério, a direção da Raríssimas divulgou um
comunicado na rede social Facebook no qual diz que as acusações
apresentadas na reportagem são “insidiosas e baseadas em documentação
apresentada de forma descontextualizada”, afirmando que as despesas da
presidente em representação da associação estão registadas
“contabilisticamente e auditadas, tendo sido aprovadas por todos os
órgãos da direção”.A
direção da Raríssimas destaca ainda que, “contrariamente ao que foi
dito na reportagem, não está em causa a sustentabilidade financeira” da
associação.Quanto
aos valores de vencimentos que a reportagem mostra, diz a Raríssimas
que “foram artificialmente inflacionados” e que os ordenados que paga se
baseiam na “tabela salarial definida pela CNIS - Confederação Nacional
das Instituições de Solidariedade Social”.