Unicef alerta sobre riscos para crianças do Paquistão devido à crise do clima
22 de abr. de 2024, 12:47
— Lusa/AO Online
"Ano
após ano, as crianças paquistanesas são apanhadas num ciclo de secas e
de inundações" e correm "um risco extremamente elevado de sofrer os
efeitos da crise climática", afirmou o representante da agência da ONU
no Paquistão, Abdullah Fadil.De acordo com
os últimos dados das autoridades paquistanesas, pelo menos 74 pessoas
morreram em várias províncias em consequência das chuvas incessantes que
começaram há mais de uma semana."Até ao
momento, 15 pessoas morreram devido à chuva e 10 ficaram feridas" na
província meridional do Baluchistão, informou a Autoridade Provincial de
Gestão de Catástrofes no último balanço de vítimas, antes de assinalar
que não se prevê chuva para os próximos dois dias.Na
província de Pakhtunkhwa, no norte do país, o número de mortos subiu
para 59, de acordo com a autoridade de gestão de catástrofes."É
uma recordação da tragédia devastadora de 2022, quando 500 crianças
perderam a vida no sul da (província de) Sindh (...). Vi em primeira mão
como as crianças estavam subnutridas e o pouco que tinham foi levado
pelas águas, incluindo as escolas, a esperanças e o futuro", disse
Fadil.O Paquistão é um dos 10 países mais
vulneráveis às alterações climáticas, e as chuvas causam frequentemente
danos consideráveis, especialmente durante o período das monções e no
inverno, em zonas onde as infra estruturas são fracas e onde predominam
as casas de tijolo de barro.Em março, 53
pessoas, incluindo 30 crianças, morreram e 65 ficaram feridas devido às
fortes chuvas que atingiram distintas partes do país, obrigando as
autoridades a retirar milhares de pessoas.Pelo menos 1.700 pessoas morreram durante as graves inundações de 2022, que também deixaram oito milhões de pessoas deslocadas.