UNICEF alerta para impacto da pandemia na taxa de pobreza infantil em Espamha
Covid-19
27 de out. de 2020, 13:03
— Lusa/AO Online
Em Espanha a pandemia está a ter especial impacto nos agregados familiares com crianças.No
relatório "Como reduzir a pobreza infantil em Espanha? Análise e
recomendações", hoje publicado, o Fundo de Emergência Internacional das
Nações Unidas para a Infância (UNICEF) recorda que a situação antes da
covid-19 já era preocupante: uma em cada três crianças estava em risco
de pobreza e o país ocupava neste domínio os lugares cimeiros no
continente europeu, juntamente com a Roménia, a Bulgária e Itália."A
pandemia de covid-19 irá sem dúvida ampliar estes dados e aumentar a
pobreza, a exclusão e a desigualdade infantil", alertou o responsável
pela Incidência Política e Estudos da UNICEF Espanha, Cristian Junquera,
num comunicado.Entre o último trimestre
de 2019 e o segundo trimestre de 2020, a percentagem de famílias sem
rendimentos aumentou 20%, mas no caso das famílias com filhos
dependentes o aumento foi quase o dobro (37%).A
organização frisa que as crianças já sofreram fortemente com a crise
económica de 2008 e, para evitar que volte a acontecer, é necessário
aumentar as despesas com políticas familiares em Espanha, que são
atualmente menos de metade das dos países com menores taxas de risco de
pobreza infantil.A UNICEF Espanha elogia
várias das medidas de emergência adotadas pelo Governo, tais como o
rendimento mínimo garantido, mas adverte que esta ajuda ainda está longe
dos benefícios que existem nos países de elevado rendimento da União
Europeia e sublinha a necessidade de as comunidades autónomas não se
escudarem nesta medida para reduzir os recursos que investem na luta
contra a pobreza.A organização considera
que o rendimento mínimo garantido não deve substituir outras prestações,
como o abono de família, que é universal na maioria dos países
europeus.