Autor: Arthur Melo
O presidente do Clube União Micaelense acusou o Governo Regional de “deslealdade” no protocolo firmado com a Santa Clara Açores - Futebol SAD, deixando no ar a perspetiva de que o International Football Tournament Azores U11 poderá não voltar a realizar-se, caso não seja possível utilizar o Complexo Desportivo do Lajedo.
O cenário foi de igual modo colocado caso o torneio não se realize na mesma época do ano que tem lugar desde a sua primeira edição em 2006 (fim de semana da Páscoa).
“Não sendo possível realizar na Páscoa, o torneio acabará! É com muita pena, e custa-me muito dizer, todos sabem qual é o meu partido, mas o único responsável disto é o Governo Regional dos Açores. E já disse isso a quem o deveria ter dito! É pena... e devo dizer mais uma coisa: e houve deslealdade, deslealdade acentuada, porque no protocolo é dito que o torneio do União Micaelense realiza-se em 2025. Portanto, isso significa uma deslealdade a toda a prova e não esquecerei nunca na vida isso”, afirmou Manuel Arruda.
O líder dos “unionistas” foi ontem ouvido na Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, no âmbito da petição “Pela manutenção da gestão pública do Complexo Desportivo do Lajedo e pela sua dedicação exclusiva ao Desporto Escolar e à formação de jovens atletas”.
Manuel Arruda destacou que o torneio traz à Região 32 equipas dos quatro cantos do mundo e que a edição deste ano, realizada entre 16 e 19 de abril, movimentou cerca de cinco mil pessoas.
O evento desportivo cresceu de quatro clubes participantes em 2006 para 32 em 2025 e depois de ter começado no Complexo Desportivo do União Micaelense, na Grotinha, e se ter consolidado no Estádio Municipal Jácome Correia, cresceu, a partir de 2023, no Complexo Desportivo do Lajedo.
Manuel Arruda argumentou que o espaço, pela sua localização central e junto a escolas, facilita a logística do torneio, principalmente na circulação das comitivas desportivas pela cidade, já que os alojamentos e o local das refeições são junto ao recinto.
O presidente do União Micaelense não esconde, porém, que o torneio possa regressar ao Jácome Correia, mas esta situação seria um retrocesso em tudo aquilo que a organização já conquistou desde 2006.
“A única hipótese que temos é regressar ao Jácome Correia e fazer com 14, 15, 16 equipas. Vamos ter que recusar porque já temos ‘ene’ inscrições, vamos ter que recusar e quem é que perde com isso? É a economia da Região”, respondeu Manuel Arruda à sua própria questão.
O dirigente unionista
defendeu também que o clube sónegoceia “única e exclusivamente com o
dono da instalação” a possibilidade de continuar a disputar no Lajedo o
seu torneio, esclarecendo Manuel Arruda que “o dono é o Governo Regional
dos Açores”.