União Europeia reafirma "compromisso inabalável" de apoio a refugiados
20 de jun. de 2024, 16:58
— Lusa
O
compromisso foi assumido numa declaração conjunta da Comissão Europeia e
do chefe da diplomacia dos 27 Estados-membros do bloco comunitário,
Josep Borrell.Quando se regista um recorde
de mais de 120 milhões de pessoas deslocadas à força a nível mundial, o
bloco europeu reafirmou o empenho em intensificar os esforços para
garantir que a UE permanece um “local onde os refugiados encontram
proteção e segurança”.“A UE está a cumprir
ativamente o compromisso assumido no Fórum Mundial sobre os Refugiados
de 2023 para melhorar a situação de milhões de refugiados e pessoas
deslocadas à força em conflitos e crises humanitárias graves em todo o
mundo”, indicou a declaração, mencionando algumas das crises que
requerem mais esforços: Faixa de Gaza, Ucrânia, Síria, Afeganistão ou
Myanmar (antiga Birmânia).Com foco em
“soluções duradouras” e a colaborar com autoridades nacionais e locais,
os 27 enumeraram igualmente o trabalho conjunto desenvolvido com os
Governos do Quénia, Sudão do Sul, Uganda, Etiópia, Burkina Faso e
Mauritânia para “apoiar os seus esforços de integração dos refugiados
nos sistemas nacionais".Informando que
acolhe cada vez mais refugiados, a UE destacou os quase 4,2 milhões de
ucranianos, dos quais um terço são crianças, acolhidos nos
Estados-membros na sequência da invasão russa, que dura há mais de dois
anos.Também detalhou que desde 2015 foi
oferecido abrigo a mais de 122 mil refugiados vulneráveis e que, desde
2021, foram acolhidos quase 48 mil refugiados. No
Fórum Mundial sobre Refugiados de 2023, os Estados-Membros da UE
prometeram 61 mil reinstalações e admissões humanitárias para 2024-2025.A
UE reafirmou ainda o seu forte apoio à Agência das Nações Unidas para
os Refugiados (ACNUR) e à Agência das Nações Unidas de Assistência aos
Refugiados da Palestina (UNRWA), assim como o “inabalável compromisso”
quanto ao direito de procurar e beneficiar de asilo e do princípio da
não-repulsão.Na semana passada, o ACNUR
denunciou a "apatia" e a "inação" da comunidade internacional face ao
recrudescimento das deslocações forçadas, que atingem sobretudo as
populações de zonas de guerra como o Sudão, Myanmar e a Faixa de Gaza.No
seu relatório "Global Trends in Forced Displacement" (Tendências
globais em matéria de deslocações forçadas), o ACNUR alertou para o
facto de, durante 12 anos consecutivos, se ter registado um aumento dos
números relativos às deslocações forçadas a nível mundial.No
mesmo documento foi salientado que o aumento em 2024 se deve tanto às
consequências de conflitos novos e existentes como à incapacidade de
resolver crises prolongadas.Com base
nestes dados, se a população deslocada a nível mundial fosse um país,
seria o 12.º maior do mundo, semelhante ao tamanho do Japão.O Dia Mundial do Refugiado é assinalado desde 2001.