União Europeia e União Africana reúnem-se em fevereiro para preparar cimeira de 2020
9 de dez. de 2019, 13:17
— Lusa/AO Online
A decisão saiu do encontro deste fim de
semana entre a presidente da Comissão Europeia (EU), Ursula von der
Leyen, e do presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki
Mahamat, na sede da organização africana, em Adis Abeba, na Etiópia."Os
dois responsáveis concordaram, tendo em vista a preparação da próxima
cimeira UE-UA em 2020, que haverá uma reunião entre as comissões em Adis
Abeba, em fevereiro, seguida de um encontro ministerial", adiantou, em
comunicado, a UA.Os encontros irão avaliar
o progresso nos compromissos da cimeira de 2017, que decorreu em
Abidjan, na Costa do Marfim, e focar-se nas prioridades comuns em áreas
como a paz e segurança, comércio e investimento, clima e promoção
conjunta do multilateralismo e do reforço institucional, prossegue o
documento. A nova presidente da Comissão
Europeia, Ursula von der Leyen, visitou a Etiópia durante o fim de
semana na primeira visita oficial fora da União Europeia (UE). "Espero
que a minha presença na União Africana envie uma forte mensagem
política, porque o continente africano e a UA contam para a UE e para a
Comissão Europeia", declarou Von der Leyen, depois do encontro com o
presidente da Comissão da UA.Moussa Faki
Mahamat manifestou, por seu lado, apoio à nova comissão, sublinhando que
a escolha da sede da UA para a primeira visita da nova presidente
"ilustra a importância do continente na parceria estratégica".Durante
o encontro, os dois responsáveis debateram as estratégias contra o
terrorismo, abordaram as alterações climáticas e os seus efeitos e
discutiram formas efetivas de mobilizar investimentos e alargar o
comércio entre os dois continentes. Sublinharam
ainda a importância de desenhar conjuntamente o próximo capítulo da
parceria entre a Europa e África, mantendo canais de diálogo abertos
entre a UA e a UE. O atual Acordo de
Parceria África, Caraíbas e Pacífico-União Europeia, que enquadra as
relações entre os dois blocos, foi assinado em 23 de junho de 2000 em
Cotonou, no Benim, por um período de 20 anos e expira em fevereiro de
2020, e Bruxelas já fez saber que quer dar "mais ênfase" à parceria
entre os continentes. O Presidente da
República, Marcelo Rebelo de Sousa, tinha anunciado durante a visita do
Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, a intenção do Governo de promover
uma cimeira União Europeia/África, em 2021, altura em que Portugal
assume a presidência da União Europeia.Também
o primeiro-ministro António Costa, no início do ano, tinha apontado
como tema fundamental da presidência portuguesa na União Europeia "as
relações entre a União Europeia e o continente africano".Na
semana passada, o jornal Eco noticiava, no entanto, que Portugal tinha
perdido a organização da cimeira para a Alemanha, depois de o novo
presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, ter decidido antecipar a
reunião para 2020. Em causa estará,
segundo o mesmo jornal, o facto de a União Africana mudar de presidência
em fevereiro de 2021, estando prevista também a entrada em funções
nessa altura de uma nova comissão daquela organização.A
presidência rotativa da União Europeia será assumida no primeiro
semestre de 2020 pela Croácia, seguindo-se a Alemanha, no segundo
semestre, e Portugal no primeiro semestre de 2021.A primeira cimeira entre os dois blocos ocorreu, em 2000, durante a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.