União das Misericórdias dos Açores diz que subsídio de Natal será pago até ao dia 15

Hoje 15:02 — Lusa/AO Online

Segundo o representante, em declarações à Lusa, alguns pagamentos já foram processados e os restantes serão liquidados até essa data.Bento Barcelos afirmou que “nunca estiveram em causa dificuldades do ponto de vista do salário de novembro” dos trabalhadores e que, relativamente ao subsídio de Natal, “poucas eram as Misericórdias que tinham dificuldades de liquidez para fazer este pagamento”.A URMA e a URIPSSA - União Regional de Instituições Particulares de Solidariedade Social dos Açores indicaram recentemente correr o “risco iminente” de falta de pagamento do subsídio.O responsável pela URMA recordou hoje que as dificuldades de tesouraria registadas surgiram porque “não houve uma atualização do financiamento ao setor social dos Açores”, que começou por ser um “problema inicialmente técnico”, mas que “abarca uma componente política” entre as autoridades regionais e nacionais no quadro da Segurança Social “que importa resolver”.“Não é adequado, tendo havido uma atualização do financiamento para o setor social do continente, celebrado em março, com efeitos retroativos a 01 de janeiro, o mesmo não ter acontecido para os Açores, porque não houve a transferência do financiamento do orçamento da Segurança Social”, afirma Bento Barcelos. “Só há 15 dias foi feita uma transferência de uma pequena parte que estava calculada para atualização do financiamento para 2025”, acrescentou.As instituições sociais têm vindo, entretanto, a “assumir as suas responsabilidades em termos de massa salarial e despesas de funcionamento de todas as valência com o mesmo orçamento de 2024”, referiu.Contudo, os encargos em 2025 aumentaram por via, por exemplo, do salário mínimo regional, majorado em 5% acima do salário mínimo nacional, tal como foi atualizada a remuneração complementar de todos os escalões e níveis remuneratórios de todos os outros trabalhadores.Questionado sobre a greve agendada para terça-feira pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio e Serviços, Hotelaria e Turismo, Transportes e Outros Serviços, abrangendo trabalhadores das creches, jardins-de-infância e ATL das instituições particulares de solidariedade social, Bento Barcelos considerou que se trata de uma paralisação “dentro de um quadro democrático e de um Estado de Direito” e que os sindicatos “estão no seu direito”.Segundo a estrutura representativa dos trabalhadores, é exigido um horário semanal de trabalho de 35 horas e a dignificação dos funcionários.A greve também surgiu, conforme anunciou o sindicato, “como resposta à ameaça de não pagamento do subsídio de Natal” aos trabalhadores do setor social, um direito considerado "fundamental para a estabilidade financeira das famílias, sobretudo na época festiva".“A insegurança quanto à liquidação da gestão e do subsídio resulta de atrasos e insuficiências na transferência de verbas públicas para as instituições empregadoras. Os trabalhadores não são responsáveis por problemas de financiamento, não devem ser penalizados por falhas de gestão entre governos e instituições empregadoras”, referiu a estrutura.