Unanimidade a 27 para financiar fundo de recuperação com dívida europeia
Covid-19
23 de abr. de 2020, 18:07
— Lusa/AO Online
“Gostaria
de sublinhar que relativamente à criação do fundo de recuperação houve
unanimidade e houve também acordo unânime de que esse fundo de
recuperação deve ser financiado através de emissão divida por parte da
Comissão Europeia, nenhum país tendo posto em causa este objetivo”,
disse António Costa aos jornalistas após o Conselho Europeu.Os
líderes dos 27 divergiram contudo quanto à “grande questão”, a de saber
como esse financiamento vai ser distribuído pelos Estados-membros,
adiantou o primeiro-ministro.“Aí, uma
grande maioria defende que o fundo de recuperação deve financiar através
de subvenções. Alguns Estados-membros admitiram que pudesse haver uma
combinação justa entre financiamento com base em subvenções e com base
em empréstimos. E uma pequena minoria defendeu que o apoio se devia
cingir à modalidade de empréstimos”, disse.Os
líderes europeus concordaram ainda que o fundo de recuperação,
destinado a ajudar os países a fazer face à quebra económica provocada
pela pandemia associada à Covid-19, “deve ter um horizonte de dois ou
três anos” e “ter uma capacidade suficiente forte para responder à
quebra muito acentuada que se prevê para os PIB do conjunto da UE”.António
Costa evocou a propósito a estimativa avançada hoje pela presidente do
Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, de uma quebra de em até
15% do PIB europeu.A utilização do fundo
de recuperação deve ainda, explicou o primeiro-ministro, ser “coerente
com a estratégia da UE”, que prioriza a transição digital, o combate às
alterações climáticas e o aumento da autonomia estratégica da União em
matéria de “capacidade para produzir bens essenciais e estar menos
dependente de cadeias de valor muito extensas e com grandes dependências
de outras regiões económicas”.