UMAR diz que houve negligência em Tires onde há 128 reclusas infetadas
Covid-19
9 de nov. de 2020, 15:49
— Lusa/AO Online
"A situação na prisão de Tires, com 128
reclusas, seis guardas e uma enfermeira infetadas com covid-19, veio
mostrar existir grave negligência das autoridades prisionais neste
estabelecimento”, critica a organização em comunicado, acrescentado que
“falharam as medidas de prevenção” e em particular, “faltaram produtos
de higienização das celas, assim como itens de higiene íntima”.A
UMAR responsabiliza também as autoridades prisionais nos atrasos no
fornecimento de refeições, recusas de acesso de advogados às detidas e
isolamentos de 22 horas nas celas, em clara violação dos direitos.“Este
desrespeito pelo direito à saúde das detidas estendeu-se, no dia 06 de
novembro, à decisão judicial que enviou para a prisão de Tires três
mulheres, uma delas grávida, com elevado risco de serem contaminadas,
dado o surto de covid-19 existente neste estabelecimento prisional”,
sublinha a associação feminista, lamentando o silêncio dos Ministérios
da Justiça e da Saúde, perante o surto em Tires.A
União de Mulheres Alternativa e Resposta exige o apuramento de
responsabilidades, a reposição dos direitos das detidas e que sejam
garantidos o acesso aos protocolos de higienização pessoal e das celas,
refeições a tempo e horas, medicamentos e suplementos vitamínicos às
grávidas e o contacto com advogados/as.“É
inaceitável o que se tem vindo a passar com as reclusas de Tires, com
contornos de desrespeito pelos direitos humanos. As mulheres que vivem
naquele estabelecimento prisional são seres humanos, cuja garantia de
acesso às condições de saúde tem de ser assegurada pelas autoridades
competentes”, alega a UMAR.Também a
Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados já tinha alertado
para a violação dos direitos das reclusas da cadeia de Tires.