Um percurso para 'todos' com o Observatório de Vila Nova como aliciante
Volta
2 de ago. de 2022, 16:21
— Lusa/AO Online
Eram
um pedido recorrente e a organização fez a vontade ao pelotão e, entre
quinta-feira e 15 de agosto, 1.559,7 quilómetros vão ligar Lisboa a
Gaia, num traçado que abdicou da dureza de outros anos, ao prever ‘só’
três chegadas em alto: a Torre aparece logo à terceira etapa,
antecedendo a ‘desconhecida’ subida ao ponto mais alto de Miranda do
Corvo (5.ª etapa), estrategicamente colocada após o dia de descanso, e a
tradicional Senhora da Graça, escalada na véspera do ‘crono’ final.A
organização ‘suavizou’ o percurso – os ciclistas enfrentarão 26
contagens de montanha, menos sete do que no ano passado -, desenhou
cinco etapas para ‘sprinters’ e deixou os candidatos à sucessão de Amaro
Antunes, o bicampeão em título que estará ausente devido à retirada da
licença à W52-FC Porto, com menos terreno para fazerem a diferença, já
que, além das etapas de montanha e do contrarrelógio, só a chegada à
Braga, depois da subida ao Sameiro, pode relevar-se complicada. As
primeiras pedaladas do modesto pelotão, novamente desprovido de equipas
do WorldTour e com ainda menos formações ProTeam, do segundo escalão
mundial, serão dadas na quinta-feira, no curto e explosivo prólogo de
apenas 5,4 quilómetros, com partida e chegada à Praça do Império, perto
do Centro Cultural de Belém, ‘responsável’ por atribuir a primeira
amarela.A primeira etapa marcará o início
de uma viagem por paragens seguramente quentes, ligando Vila Franca de
Xira a Elvas ao longo de 193,5 quilómetros tendencialmente planos, antes
do ‘salto’ dos ciclistas para Espanha.Muito
criticada em anos anteriores pela falta de originalidade do percurso, e
pela sua excessiva concentração no Norte/Interior, a organização
respondeu nesta edição com Badajoz, ponto de partida da segunda tirada,
que acabará em Castelo Branco, 181,5 quilómetros depois.Às
duas oportunidades para ‘sprinters’ segue-se a primeira para
trepadores: domingo é de dia de ‘etapa rainha’ da Volta a Portugal, com o
ponto mais alto de Portugal continental a ‘coroar’ uma jornada de 159
quilómetros a partir da Sertã, cuja única verdadeira dificuldade é a
contagem de categoria especial que coincide com a meta instalada na
Torre. Após o primeiro ‘tira-teimas’ entre
favoritos, os homens rápidos têm novamente uma etapa para brilhar, nos
169,1 quilómetros entre a Guarda e Viseu, onde o pelotão descansará em
09 de agosto, antes de rumar ao centro do país e à ‘surpresa’ desta
edição.Além da chegada ao Observatório do
Parque Eólico de Vila Nova, no concelho de Miranda do Corvo ser inédita
na história da prova, o final da etapa, que começa na ‘regressada’
Mealhada (há 44 anos que estava ausente) 165,7 quilómetros antes, vai
ser exigente e proporcionar uma subida na Serra da Lousã com cerca de 10
quilómetros e uma pendente média de inclinação de 9%, que culmina numa
contagem de montanha de primeira categoria.Seguem-se, a 11 de agosto, 159,9 quilómetros a rolar, entre Águeda e a Maia, com
Santo Tirso a acolher este ano a partida da sétima tirada, que acaba em
Braga, passados 150,1 quilómetros, já depois da subida ao Sameiro, uma
segunda categoria instalada a menos de 10.000 metros da meta. Também
Viana do Castelo ‘trocou’ de papel nesta edição, acolhendo o início da
oitava etapa, que termina em Fafe, decorridos 182,4 quilómetros, com o
empedrado inclinado da chegada a poder ser atacado quer por homens
rápidos, quer por ‘puncheurs’.A Senhora da
Graça volta a aparecer no percurso na penúltima etapa, a 14 de agosto,
um domingo, com os 174,5 quilómetros a partir de Paredes a prometerem
espetáculo: antes da subida final ao ponto mais alto do Monte Farinha,
os corredores enfrentam outras duas contagens de primeira categoria, na
Serra do Marão e no Barreiro. Mas será o
contrarrelógio do último dia, desenhado nas margens do Douro, entre o
Porto e Gaia, no total de 18,6 quilómetros, a decidir o vencedor.