Este foi um ano anómalo, a pandemia
alterou todos os nossos planos e todos os nossos objetivos, redefiniu a forma
como vivemos, a forma como nos relacionamos.
2020 foi um ano efetivamente muito
difícil, que ninguém esperava e que nos afetou a todos de uma forma muito
violenta. Exigiu um esforço imensurável dos profissionais de saúde, uma
adaptação complexa dos trabalhadores, dos empresários, e das famílias. Foi um
ano de perda. Para muitos significou a perda de entes queridos, para muitos
outros a perda de emprego, para muitas empresas significou grandes perdas de
negócio, e para todos nós determinou a perda de liberdade e proximidade.
Mas foi também um ano de redescobertas,
recordámos o prazer das maratonas dos livros, a doce saudade da nossa família,
dos amigos e claro das viagens, o cheiro quente dos bolos, do pão e de todas as
iguarias que íamos adiando fazer. Valorizámos cada contacto, cada videochamada,
cada mensagem a perguntar se “está tudo bem?". Muitas das nossas casas encheram-se
de reuniões por skype, zoom, kudo, teams, enquanto decorriam aulas online. As
nossas casas ganhavam uma nova vida, mas sempre meio vazia, com a falta dos
“outros” nossos.
Este Natal será, por isso, também um Natal
diferente, marcado pelas perdas provocadas pela pandemia, mas acima de tudo
marcado pelo desejo de proteção dos nossos. É por amor que este Natal será
diferente, para o bem de todos deve ser mais reduzido, mais limitado, para que
no próximo ano, no pós-pandemia, possamos estar todos juntos na velha e saudosa
“normalidade”.
Aliás, a esperança chega apenas 2 dias
depois do Natal, com a chegada das tão aguardadas vacinas abre-se uma renovada
confiança no que o Ano Novo trará. 2021 será sem dúvida um ano cheio de
renovada esperança no futuro.
Se há algo que esta pandemia demonstrou
foi que tornámo-nos mais fortes, mais fortes a nível regional e nacional com a
criação de respostas que pretendem a cada momento ser a melhor solução possível
para as famílias e as empresas, a nível europeu com a aprovação de um forte
pacote de apoio à recuperação da economia pós-pandemia e com um vigoroso quadro
financeiro plurianual, abre-se igualmente uma nova oportunidade na relação
transatlântica com a nova administração norte-americana e torna-se, cada vez mais,
evidente a importância da cooperação internacional e da aposta em organizações
internacionais robustas que permitam ultrapassarmos os desafios comuns.
A realidade é que a pandemia pode ter
determinado os últimos meses, mas não vai definir o nosso futuro. O nosso
futuro depende de cada um e de todos nós, e tenho esperança, mas acima de tudo
confiança que juntos continuaremos a ultrapassar todas as dificuldades.
Para todos um Santo e Feliz Natal e um Excelente 2021! Haja saúde!