Um lusodescendente morto, vários feridos e desaparecidos nos fogos de agosto no Havai
2 de out. de 2023, 15:58
— Lusa
Considerados os incêndios mais
mortíferos em mais de um século nos Estados Unidos, estes fogos causaram
pelo menos 115 mortos, atingindo sobretudo a ilha de Maui.Mais
de três centenas de pessoas continuam desaparecidas devido à catástrofe
que assolou este arquipélago norte-americano, entre as quais alguns
lusodescendentes.A diplomacia portuguesa
continua a acompanhar a situação e em contacto “regular” com algumas das
famílias afetadas, mas até ao momento o Ministério dos Negócios
Estrangeiros não recebeu qualquer pedido de ajuda de portugueses ou
lusodescendentes. “Não foi identificada
qualquer vítima portuguesa, no entanto, não havendo números exatos no
que respeita a lusodescendentes, há vítimas e pessoas afetadas, havendo
conhecimento de pelo menos uma lusodescendente que morreu e vários que
ainda constam entre os desaparecidos”, refere o MNE português,
questionado pela Lusa. A mesma fonte dá
conta de duas famílias portuguesas que ficaram sem casa e diversas
famílias lusodescendentes que também perderam a habitação.De
acordo com o último censo dos Estados Unidos, mais de 90 mil havaianos
identificaram-se como “portugueses”, o que significa que cerca de 10%
assumem-se como lusodescendentes, um número que deverá ser superior.Por
essa razão, prossegue o MNE português, “é de estimar que, entre as
vítimas e pessoas que perderam casa, a percentagem de lusodescendentes
seja semelhante”, uma contabilidade difícil de fazer, pois vários
lusodescendentes (por via materna) já não têm apelido português.A
epopeia da emigração portuguesa para o Havai começou em 1878 e levou ao
arquipélago no Pacífico 27.000 portugueses, que trocaram a fome e a
miséria pelo trabalho árduo nos campos de cana-de-açúcar.