Um em cada cinco deslocados no mundo vive no continente americano
Migrações
19 de dez. de 2022, 16:32
— Lusa/AO Online
“Os
países da América Latina e das Caraíbas estão a fazer esforços
significativos para prevenir os deslocamentos (...), mas as comunidades
locais e os países de acolhimento também precisam de apoio”, disse
Grandi, pedindo soluções urgentes para a situação.“Peço
aos governos doadores, agências de desenvolvimento, instituições
financeiras internacionais e ao setor privado que invistam mais nos
países de origem, de trânsito e de destino para apoiar as respostas
exemplares que estão a ser dadas na região”, afirmou.O
aumento da violência em alguns países da região, a subida dos preços,
as dificuldades económicas causadas pela pandemia de covid-19 e o
crescimento da pobreza e do desemprego são alguns dos motivos que
obrigam as pessoas a terem de abandonar as suas casas e a irem viver
para outros países ou para outras regiões do seu país, referiu o
representante. Grandi especificou os casos
da Venezuela, onde o número de migrantes e refugiados é contabilizado
na casa dos milhões, e da Colômbia, onde os deslocamentos acontecem
sobretudo dentro do país.Durante a sua
viagem - que começou em 12 de dezembro e terminou no dia 16 –, Filippo
Grandi participou na reunião anual do Marco Integral de Proteção e
Soluções Regionais em Tegucigalpa (Honduras), mecanismo regional
destinado a promover a cooperação relativamente aos deslocados à força
entre o México e os países da América Central.Além
disso, o Alto-Comissário reuniu-se, nas Honduras, com organizações da
sociedade civil que tentam prevenir esses deslocamentos e visitou a
Colômbia, onde, “apesar do processo de paz, as pessoas continuam a ser
deslocadas pela violência”, relatou.O
representante da ONU encerrou esta deslocação à região com uma visita ao
Equador, onde foi testemunha direta de algumas iniciativas locais de
integração de refugiados e migrantes de outros países, nomeadamente da
Venezuela e da Colômbia.“Estou convencido
de que a melhor maneira de prevenir novos deslocamentos (…) é através do
desenvolvimento, o que inclui facilitar a integração e inclusão de
refugiados e de outras pessoas deslocadas à força”, concluiu o diplomata
italiano.De acordo com dados publicados
em maio pela ONU, o número de refugiados e deslocados no mundo já
ultrapassou, este ano, o recorde de 100 milhões de pessoas, mais 10
milhões do que no final do ano passado.Segundo
Filippo Grandi, o conflito na Ucrânia, desencadeado pela Rússia em
fevereiro, acrescentou 14 milhões de deslocados (internos e para outros
países) ao número anterior.