Último dia de greves nas escolas convocadas por diferentes sindicatos, só continua o Stop
8 de fev. de 2023, 09:47
— Lusa/AO Online
A greve por distritos iniciada a 16
de janeiro termina no Porto, com uma manifestação na Avenida dos
Aliados que deverá juntar “milhares de educadores e professores de todo o
distrito”, segundo a Federação Nacional de Professores (Fenprof), que
faz parte da plataforma de oito organizações sindicais responsáveis pela
greve.Termina também a greve ao
primeiro tempo de aulas promovida pelo Sindicato Independente de
Professores e Educadores (SIPE), que começou no início do segundo
período de aulas.“Prevemos muitos milhares
na rua, no Porto, hoje mas também no dia 11, na manifestação nacional
que se vai realizar em Lisboa”, contou à Lusa Júlia Azevedo, do SIPE,
acrescentando que “os professores estão unidos e não vão desistir das
suas reivindicações”.Apesar do fim à vista
destas duas paralisações, vai continuar a greve iniciada em dezembro
pelo Stop e que conta já com pré-avisos até 24 de fevereiro.Um
novo colégio arbitral já definiu serviços mínimos para as greves até 24
de fevereiro, ficando garantida a presença de funcionários e
professores.Os serviços mínimos até agora
decretados definem que as escolas têm de garantir o apoio aos alunos com
necessidades educativas especiais, mas também aos que estão em risco de
abandonar a escola assim como aos que correm risco e tenham sido
sinalizadas pelas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ).O colégio arbitral voltou a definir que as escolas terão de estar abertas em segurança e garantir as refeições aos alunos. As
greves iniciadas em dezembro do ano passado começaram com uma
contestação às ideias do ministro da Educação para um novo modelo de
contratação e colocação de professores, tendo sido alargadas às antigas
reivindicações de funcionários e professores.A
recuperação do tempo de serviço congelado ou o fim das quotas e vagas
de acesso ao 5.º e 7.º escalões são duas das principais reivindicações
dos professores, que têm dito estar disponíveis para uma recuperação
faseada ao longo de vários anos.No
entanto, o ministro das Finanças tem recusado estas propostas,
defendendo não serem financeiras viáveis: A devolução dos seis anos,
seis meses e 23 dias de tempo de serviço congelados representam um custo
cerca de 331 milhões de euros por ano, segundo dados das finanças.Os
professores dizem não aceitar que “haja dinheiro para construir palcos e
dar prémios de milhões a CEO de empresas, mas não há para pagar pelo
trabalho feito”, disse Júlia Azevedo.Sindicatos
e ministério realizaram já, sem sucesso, quatro rondas negociais sobre o
novo modelo de recrutamento e colocação de professores, devendo
realizar-se no final desta semana uma nova reunião.A
Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) sublinha que as
escolas estão a viver de forma diferente estas greves, havendo zonas
onde “não há aulas desde o início de janeiro e outras onde os alunos
tiveram todas as aulas”.A presidente da
Confap alertou para a necessidade de se mapear o impacto da greve e
garantir que os alunos prejudicados terão apoio que lhes permita
recuperar as matérias perdidas.No sábado,
os professores e funcionários das escolas voltam a participar em mais
uma manifestação nacional que se realizará em Lisboa.