UGT pede ao Governo proteção de todos os empregos mesmo os precários
Covid-19
30 de mar. de 2020, 17:50
— Lusa/AO Online
O secretário-geral da UGT, Carlos Silva,
enviou uma carta a António Costa a solicitar-lhe “uma intervenção
urgente no sentido de adotar medidas que tornem mais abrangente a
proibição da cessação de contratos de trabalho, que seja vedado o acesso
a apoios a empregadores que tenham despedido ou pretendam despedir no
presente e no futuro próximo, sem esquecer a necessária proteção devida
aos trabalhadores mais frágeis e vulneráveis" do mercado de trabalho,
"como são os trabalhadores precários”. “A
UGT está certa que somente por essa via garantiremos não apenas a maior
justiça do nosso mercado de trabalho no atual e difícil momento, mas
igualmente a manutenção da capacidade produtiva e das competências nas
nossas empresas, condição imprescindível para alavancar uma recuperação
económica rápida, forte e inclusiva”, afirmou o sindicalista. O
líder da UGT reconheceu e saudou “o enorme esforço que o Governo tem
feito para proteger a vida dos portugueses e a celeridade com que tem
tomado decisões, implementado medidas que visam mitigar os impactos
terríveis desta epidemia na vida dos trabalhadores e das famílias, nas
atividades económicas e na economia em geral”. “A
UGT registou como muito positiva a intervenção do Sr. Primeiro Ministro
perante os portugueses, na qual deixou clara a necessidade, diríamos
mesmo a prioridade, de proteger os postos de trabalho e de, nesse mesmo
sentido, proibir despedimentos”, afirmou na carta. Mas
considerou necessário que sejam corrigidos “lapsos e omissões” e, por
isso enviou hoje a António Costa “algumas notas e propostas”, lembrando
que todos os dias chegam à UGT e aos seus sindicatos denúncias de
trabalhadores a informar que os seus postos de trabalho desapareceram ou
estão em perigo. A central defendeu a
“proibição generalizada da cessação de contratos de trabalho no recurso a
qualquer medida aprovada pelo Governo de apoio aos empregadores”,
alargando esta medida aos 60 dias seguintes ao fim da ajuda.A
UGT referiu como um exemplo a seguir a Espanha, que já aprovou
legislação para tentar conter os despedimentos dos trabalhadores
precários.