UGT/Açores reivindica "aumentos salariais reais" para 2023
5 de dez. de 2022, 15:24
— Lusa/AO Online
Num comunicado
enviado às redações, a UGT aponta a conjuntura económica
"particularmente difícil" marcada pela "incerteza e pela inflação
crescente", a subida das taxas de juros e a falta de mão-de-obra em
setores como a construção civil, agricultura, turismo, restauração e
serviços conexos na Região."A solução
passa, em primeiro lugar, por se pagar melhores salários, evitando assim
a sangria que se tem verificado por via da emigração, mesmo que
sazonal", aponta a UGT/Açores, num comunicado onde constam as
reivindicações para 2023.A União Geral de
Trabalhadores dos Açores defende a "garantia de aumentos salariais
reais", em sede do Conselho Económico e Social dos Açores.Segundo
a UGT, os aumentos devem estar "em linha" com o acordo recentemente
firmado em Concertação Social nacional", através da criação de medidas
que "reponham o poder de compra dos trabalhadores e a satisfação dos
seus compromissos financeiros, especialmente do salário médio". A
UGT defende a adaptação dos programas ativos de formação profissional
para mitigar "os nefastos efeitos económicos e sociais" devido à crise
inflacionista, "à medida dos açorianos que querem trabalhar e auferir um
salário condizente com o seu elevado nível de produtividade e bom
desempenho profissional"."Nunca os
substituindo por uma imigração carente e empobrecida, sem qualquer poder
reivindicativo, que só contribui para uma sociedade cada vez mais
fraturada e tendencialmente sem direitos, não consentânea com o regime
democrático, e de resto com o modelo de desenvolvimento económico e
social que pretendemos para os Açores", lê-se no comunicado.Em
2023 deve ser dada prioridade ao investimento apoiado por fundos
comunitários de "forma racional e eficiente", que permita reabilitar e
reforçar o tecido produtivo regional, o setor público empresarial da
Região e o acesso à saúde, educação, mobilidade e apoio social,
considera a UGT.A central sindical
reivindica uma política de "atração de investimentos, preferencialmente
de alto valor acrescentado", que permita gerar um "emprego duradoiro,
sustentável e bem remunerado" e assim fixar trabalhadores e jovens mais
qualificados.Outra das propostas passa
pela criação de bolsas de estudo para incentivar a juventude a optar por
cursos de formação académica e profissional em áreas onde se verifique
uma necessidade efetiva na Região.Para a
UGT, é igualmente necessário criar programas especiais de fixação da
população nas ilhas com maior tendência de desertificação, ao nível de
incentivos ao investimento e fixação de empresas, da isenção de impostos
e taxas, cedência de habitação e majoração salarial.A
UGT quer ainda que as forças de segurança nos Açores recebam a
remuneração complementar "em igualdade" com os trabalhadores da
administração pública regional e defende o reforço do efetivo da PSP.A UGT pede uma "atuação robusta e eficaz" das entidades inspetivas, designadamente do trabalho, saúde e segurança social.Por
outro lado, manifesta solidariedade com os bancários reformados pelo
fato destes "não terem sido contemplados com a meia pensão atribuída em
outubro" a todos os outros pensionistas. A
UGT/Açores reitera a necessidade de "maior rigor e escrutínio" na
aplicação dos fundos comunitários provenientes do Programa Operacional
(PO) 20/20, do PRR (Plano de Resiliência e Recuperação) e do PO 2021/30.