UGT/Açores quer “plano estratégico” para recuperação da economia regional
17 de jul. de 2020, 08:32
— Lusa/AO Online
Segundo o líder da UGT/Açores, Francisco
Pimentel, que falava em conferência de imprensa em Ponta Delgada, a
central sindical "reivindica o arranque urgente de um plano estratégico
de recuperação económica e social". Este
plano deve assegurar "a sobrevivência e afirmação das empresas,
nomeadamente as do setor do turismo", garantir os "postos de trabalho e a
recuperação dos rendimentos totais dos trabalhadores", e promover o
"diálogo e a concertação social". "Pedimos,
em nome dos milhares de trabalhadores que estão ansiosos com a sua vida
futura e das suas famílias, que o Governo Regional, este ou qualquer
que for [eleito] nas próximas eleições, faça menos política de
inaugurações e faça mais política que dê perspetivas de futuro",
declarou Francisco Pimentel.O líder
sindical referiu que os Açores precisam "urgentemente" de um "plano que
dê perspetivas futuras", tal como o Governo nacional fez com o plano
elaborado pelo consultor António Costa Silva. A
UGT considerou como "ilusórios" os números do Instituto Nacional de
Estatística (INE) e do Serviço Regional de Estatística (SREA), que
apontam para uma descida do desemprego de 7,9% em 2019 para 7,2% no
primeiro trimestre de 2020."Não refletem a
diminuição de empregos e o aumento de inativos resultante das medidas
de confinamento obrigatório", declarou Francisco Pimentel, acrescentando
que os dados do INE e do SREA também não espelham os "mais de 11 mil
trabalhadores" em 'lay-off'. Segundo a
central sindical, "se nada for feito" mais de 20 mil pessoas poderão
ficar desempregadas até final do ano: "Isto não é ser pessimista, isto,
infelizmente, é ser realista", afirmou. O
líder da UGT considerou o conjunto de 84 medidas de apoio à economia
implementadas pelo Governo Regional como "insuficientes", salientando
que o "objetivo" já não é "compensar as perdas" provocadas pelo
confinamento, mas antes "potenciar um novo desenvolvimento económico". A
UGT pediu também políticas para fazer face à situação financeira
"periclitante" do grupo SATA, salientando que a reestruturação da
transportadora área "não pode ser feita" às custas do "bode expiatório"
de existirem "trabalhadores a mais" na companhia regional. "A
UGT/Açores defende uma gestão profissional e não política da SATA, que
consiga a sua viabilização económica e financeira, com a salvaguarda
absoluta dos postos de trabalho", acrescentou. Os Açores têm cinco casos ativos de covid-19, quatro em São Miguel e um na ilha das Flores.