UGT/Açores pede alternativa “válida” na criação de emprego na região
27 de set. de 2019, 15:07
— Lusa/AO Online
"É preciso potenciar as nossas capacidades
endógenas produtivas, a agricultura, as pescas, o turismo e a indústria
transformadora ligada a esses setores, criando empresas que tragam
mais-valia em termos de produção", afirmou o líder da UGT/Açores,
Francisco Pimentel, defendendo que, assim, é possível "criar uma
alternativa válida e sustentável de emprego para os jovens e para os
desempregados de longa duração, que continuam a ser um flagelo". O
documento apresenta, em sete pontos, as áreas reivindicativas para o
próximo ano: a "política de rendimentos e salários", a "política
fiscal", a "defesa da qualidade e competência dos serviços públicos", o
"setor público empresarial regional", a "valorização do diálogo", a
"política de combate aos desequilíbrios regionais" e a "política de
aposta no investimento reprodutivo público e privado".Na
apresentação aos jornalistas da estratégia para o próximo ano, que
decorreu na sede do sindicato, em Ponta Delgada, a UGT sublinhou que uma
das questões "fundamentais" é o "combate à precariedade do emprego
público regional". "Uma questão
fundamental para nós aqui na região é a necessidade do combate à
precariedade do emprego público regional. Não é concebível, numa altura
em que milhares de trabalhadores passaram à reforma e em que se nota um
défice de funcionários (sobretudo nas carreiras de assistente técnico e
operacional), que se esteja a recorrer a pessoal de programas
ocupacionais", apontou Francisco Pimentel, assinalando que o número de
pessoas nesse tipo de programas "ultrapassa as quatro mil".O
líder da União Geral de Trabalhadores dos Açores frisou ainda a
"preocupação com a gestão" de empresas do setor público, destacando o
caso da SATA. "É importante o papel da
SATA como instrumento que possa sustentar o 'boom' do turismo na região.
Preocupa-nos a situação de 'deficit' permanente desta empresa.
Entendemos que a empresa se deve manter no setor público empresarial e
que deve haver uma gestão profissional melhorada nesta área e, portanto,
que se acautele a importância da SATA para a economia regional",
defendeu.Francisco Pimentel frisou que o
sindicato a que preside defende "o diálogo" e que "nem sempre a
negociação coletiva tem estado em primeiro plano com a administração
regional". "Da parte da UGT, defendemos a
negociação coletiva e queremos a negociação coletiva com o Governo
Regional e com todos os departamentos do Governo Regional. Continuaremos
a defender isso, porque achamos que a falta de negociação coletiva
viola a lei e prejudica os trabalhadores e a própria administração
pública", afirmou. A UGT/Açores defende
ainda um "plano para a redução progressiva da carga fiscal", "a
atualização dos salários de todos os funcionários públicos congelados
desde 2009", a criação de políticas de emprego que combatam a
"desertificação humana nas ilhas mais pequenas" e a "diminuição das
diferenças salariais entre homens e mulheres".