UGT/Açores diz ser "urgente" substituição do sistema de quarentenas
Covid-19
19 de mai. de 2020, 15:06
— Lusa/AO Online
"Num momento em que Portugal e os
Açores, à semelhança do que acontece já em muitos países do mundo,
parecem ter conseguido controlar a fase mais crítica de disseminação da Covid-19, impõe-se agora a adoção das medidas necessárias e urgentes de
retoma da economia e do trabalho, de forma progressiva e segura, de modo
a tentar evitar que a esta crise sobrevenha uma crise económica maior e
socialmente disruptiva, de fragilização crónica e falência das empresas
e desemprego sem precedentes", alerta a UGT/Açores no texto, também
enviado à imprensa.No documento enviado ao
presidente do Conselho Económico Social dos Açores (CESA), Gualter
Furtado, a UGT sublinha que, tendo em conta "a importância que os
setores do turismo, da restauração e dos serviços têm para a retoma" da
economia açoriana, "do emprego e dos rendimentos do trabalho a eles
associados", é "absolutamente urgente e fundamental equacionar a
substituição do atual sistema de quarentena pelo sistema de
certificação/passaporte ‘covid-clean'".Aquela
certificação, diz a UGT, atesta que, "mediante recurso a testes
clínicos fiáveis e rápidos emitidos pouco antes das viagens", os
passageiros seus portadores se encontram "livres de covid",
acrescentando que "países como a Grécia e a Croácia e empresas de
aviação começam já a defender e adotar" aquela certificação. "Sem
acessibilidades, a retoma da atividade turística será uma falácia e o
espetro de milhares de desempregos no setor uma realidade. A
normalização das acessibilidades aéreas e marítimas são fundamentais
para a retoma não só da nossa economia como também das necessidades de
saúde e de educação de muitos doentes e estudantes açorianos", frisa o
documento. No que diz respeito às medidas
no âmbito do Programa de Manutenção do Emprego, a UGT diz que são
"concetualmente parcelares e financeiramente insuficientes para atacar
os problemas emergentes" e defende a sua "imediata revisão e reforço, em
diálogo e com a participação estreita dos parceiros sociais, o que até
agora não se tem verificado em contraste com aquilo que acontece a nível
nacional"."A recente criação do
complemento regional de apoio ao rendimento perdido dos trabalhadores em
‘lay-off’ vai no sentido correto do reivindicado pela UGT/Açores nesta
matéria, pecando, contudo, uma vez mais pela insuficiência senão mesmo
timidez do montante atribuído", lê-se no documento assinado pelo
presidente da UGT/Açores, Francisco Pimentel.A
UGT/Açores sublinha ainda que, "para a desejável e necessária
normalização da economia", a transportadora aérea açoriana SATA "tem um
papel fundamental a desempenhar" e considera que "o Governo Regional
deveria assumir aqui a sua quota de responsabilidade" através da
"readmissão imediata dos trabalhadores ao serviço efetivo,
reembolsando-os do corte de 30% que sofreram nos respetivos salários
resultantes da sua colocação em regime de ‘lay-off’". Outra
das propostas vai no sentido de as entidades empregadoras, públicas ou
privadas, adotarem "os planos de contingência adequados ao momento de
modo a garantir a segurança e saúde públicas dos trabalhadores, e
público em geral, fornecendo nomeadamente os meios de proteção
individual (EPIs) necessários aos seus trabalhadores".Na
saúde, defende a retoma e recuperação das consultas, tratamentos e
cirurgias em atraso por parte dos serviços regionais de saúde, propondo
"a implementação de programas de trabalho suplementar que permitam e
motivem os profissionais de saúde a dar satisfação ao mais que
previsível acréscimo de solicitações nesta área".Assim,
a central sindical reivindica subsídios de risco e de valorização
remuneratória para os profissionais da saúde e "o pagamento dos
retroativos devidos desde 1 de janeiro de 2019 resultante do
descongelamento das respetivas carreiras, devido e incompreensivelmente
em falta por parte da Secretaria Regional da Saúde".A
UGT/Açores quer ainda "proteção especial aos trabalhadores integrados
em grupos de risco" e a valorização profissional e remuneratória dos
trabalhadores das Instituições Particulares de Solidariedade
Social/Misericórdias através da "imediata retoma da negociação coletiva"
para a valorização profissional e remuneratória destes trabalhadores
"agora reconhecidos como trabalhadores prestadores de serviços
essenciais". Para a UGT nos Açores, é
importante também "equacionar" medidas de "política legislativa" que
"valorizem" profissionalmente e em termos remuneratórios os
trabalhadores dos serviços de higiene e limpeza das Câmaras Municipais".