UGT/Açores defende "maior justiça salarial" na região
17 de set. de 2024, 16:05
— Lusa/AO Online
“Tem que
haver mais justiça. A UGT não pede aumentos salariais exagerados”,
sustentou o presidente da UGT/Açores, Manuel Pavão, aos jornalistas.O
dirigente da UGT na região falava no Palácio de Sant’Ana, em Ponta
Delgada, na ilha de São Miguel, após uma audiência com o presidente do
Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, no âmbito do
processo de auscultação sobre as antepropostas de Plano e Orçamento
Regional para 2025.Apesar das “melhorias”
que têm ocorrido, Manuel Pavão sustentou que “as principais preocupações
assentam sobretudo no objetivo de aumentos salariais”. Para
o dirigente regional da UGT, a economia açoriana “tem sido muito
afetada por baixos salários”, sobretudo em determinados setores de
atividade, como o turismo, apesar do crescimento daquela área.“No
caso dos Açores, no turismo, um setor pujante que teve um grande
impulso nos últimos anos, estes resultados não se refletem nos aumentos
salariais. E daí a nossa grande indignação e reivindicamos aumentos
salariais que não são exagerados”, vincou.Manuel
Pavão apontou para os casos de funcionários com “15 anos e 20 anos de
trabalho que estão a receber pouco mais que o salário mínimo e ainda
pagam impostos”.“Vamos fazer força em sede
da concertação social. Vamos fazer força para que essa situação seja
corrigida”, reforçou, criticando “a resistência” das entidades patronais
no domínio da negociação salarial.A
UGT/Açores defende igualmente prioridade ao investimento apoiado por
fundos comunitários, designadamente do Plano de Recuperação e
Resiliência (PRR).Entre as propostas
apresentadas pela UGT/Açores consta também a necessidade de abertura de
concursos de admissão de pessoal na administração pública, o reforço das
políticas de apoio à habitação, das medidas sociais, desde gratuidade
de creches, apoio aos idosos e mais desfavorecidos, o aperfeiçoamento no
programa social de emprego e a aposta na formação profissional.O
executivo saído das eleições legislativas antecipadas de 04 de
fevereiro governa a região sem maioria absoluta no parlamento açoriano
e, por isso, necessita do apoio de outro partido ou partidos com assento
parlamentar para aprovar as suas propostas.No
sufrágio de fevereiro, PSD, CDS-PP e PPM elegeram 26 deputados, ficando
a três da maioria absoluta. O PS é a segunda força no arquipélago, com
23 mandatos, seguido do Chega, com cinco. BE, IL e PAN elegeram um
deputado regional cada, completando os 57 eleitos.O Plano e o Orçamento dos Açores para o próximo ano deverão ser discutidos e votados no parlamento açoriano em novembro.