UGT/Açores alerta para salários “esmagados” devido ao aumento da inflação
16 de set. de 2022, 14:35
— Lusa/AO Online
Em
declarações aos jornalistas, após uma reunião com o líder do Governo
Regional na sede da Presidência em Ponta Delgada, Manuel Pavão, da
UGT/Açores, avisou que a atual conjuntura económica está “marcada pela
incerteza e pela inflação crescente”.“Gostaríamos
de ver refletido na anteproposta de Plano e Orçamento medidas que
colmatassem essa perda de poder de compra, sobretudo nos salários, que
têm vindo a ser esmagados”, declarou.O
presidente do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), o social-democrata
José Manuel Bolieiro, está a receber os parceiros sociais a propósito da
elaboração das antepropostas de Plano e Orçamento para 2023, que
devem ser discutidos em novembro na Assembleia Regional.Questionado
sobre que medidas podiam ajudar a compensar as consequências da
inflação, Manuel Pavão destacou a necessidade de aumentar os salários.“O
ideal seria que os aumentos salariais acompanhassem a taxa de inflação e
se incorporasse alguns ganhos de produtividade. Sabemos que este vai
ser um ano atípico em termos de crescimento económico face aos
decréscimos dos anos anteriores”, vincou.O
sindicalista avançou que o Governo mostrou disponibilidade para
discutir uma revisão do complemento salarial à função pública da região.“Face
às pressões inflacionistas que existem neste momento, preocupa-nos,
sobretudo, os aumentos salariais. Estamos preocupados com a perda do
poder de compra que já se vinha manifestado anteriormente mas que está
agravada atualmente”, destacou.O
representante da UGT/Açores pediu ainda “maior rigor e escrutínio” na
aplicação dos fundos comunitários, provenientes do Programa Operacional
2030 e do Plano de Recuperação e Resiliência.“Gostaríamos
que ao nível do Plano os investimentos fossem canalizados para
investimentos reprodutivos, com garantia de crescimento e de retorno
económico efetivo. Que se cativassem as empresas para que, no
investimento, tivessem um aperfeiçoamento da sua produção”, acrescentou.O
Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) depende do apoio dos partidos que
integram o executivo e daqueles com quem tem acordos de incidência
parlamentar (IL, Chega e deputado independente) para ter maioria
absoluta na Assembleia Legislativa Regional.