UE, EUA e 18 países “profundamente preocupados” com situação das mulheres
Afeganistão
18 de ago. de 2021, 12:56
— Lusa/AO Online
“Estamos
profundamente preocupados com as mulheres e raparigas afegãs, os seus
direitos à educação, ao trabalho e à liberdade de circulação”, lê-se
numa declaração conjunta hoje divulgada e assinada pela UE e por 19
países (Albânia, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia,
Costa Rica, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Honduras, Guatemala,
Macedónia do Norte, Nova Zelândia, Noruega, Paraguai, Senegal e Suíça).“Apelamos aos que ocupam posições de poder e autoridade em todo o Afeganistão para que garantam a sua proteção”, acrescentam.Nesta
tomada de posição, a UE, os Estados Unidos, o Brasil e os outros 17
países vincam que “as mulheres e raparigas afegãs, como todo o povo
afegão, merecem viver em segurança, estabilidade e dignidade”.“Qualquer
forma de discriminação e abuso deve ser evitada”, exigem, vincando que,
enquanto comunidade internacional, estão “prontos a ajudá-las com ajuda
e apoio humanitário para garantir que as suas vozes possam ser
ouvidas”.“Vamos acompanhar de perto a
forma como qualquer futuro governo garante direitos e liberdades que se
tornaram parte integrante da vida das mulheres e raparigas no
Afeganistão durante os últimos vinte anos”, adiantam estes países e a
UE.Os talibãs conquistaram Cabul no
domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a
retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.As
forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva
liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001),
que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden,
principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de
2001.A tomada da capital pôs fim a uma
presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados
Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal. Face
à brutalidade e interpretação radical do Islão que marcou o anterior
regime, os talibãs têm assegurado aos afegãos que a “vida, propriedade e
honra” vão ser respeitadas e que as mulheres poderão estudar e
trabalhar.Na terça-feira, os chefes da
diplomacia da UE decidiram avançar com a retirada de civis e diplomatas
do Afeganistão, nomeadamente cidadãos europeus, devido à “situação
perigosa” que o país enfrenta.Também nesse
dia, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, criou controvérsia
ao reconhecer que “os talibãs ganharam a guerra” no Afeganistão e agora
há que “falar com eles”.