UE e EUA reiteram avisos à China sobre ajudas à Rússia
Ucrânia
22 de abr. de 2022, 16:30
— Lusa/AO Online
Numa
declaração conjunta após uma reunião em Bruxelas, o secretário-geral do
serviço diplomático europeu, Stefano Sannino, e a secretária de Estado
adjunta norte-americana, Wendy Sherman, disseram que continuarão a
“exortar a China a não contornar e minar as sanções contra a Rússia”.Reafirmaram
que “tal apoio terá consequências nas suas respetivas relações com a
China”, segundo a declaração citada pela agência francesa AFP.Sannino
e Sherman manifestaram também “preocupação com a repetida manipulação
de informação por parte da China, inclusive através da difusão da
desinformação de Moscovo”, sobre a guerra na Ucrânia.Referindo-se
à Lituânia, vítima de represálias comerciais chinesas após o
estabelecimento de uma representação de Taiwan, expressaram a oposição a
qualquer “coação económica” exercida por Pequim.A
declaração conjunta surge após o Presidente chinês, Xi Jinping, ter
apelado aos líderes europeus para se dissociarem de Washington, numa
cimeira com a UE no início de abril.Xi
disse, então, que a UE deve “formar a sua própria perceção da China e
prosseguir autonomamente a sua própria política em relação a Pequim”.Aos
olhos da China, os europeus deixaram-se arrastar para um conflito,
iniciado por Washington, que é contrário aos seus interesses enquanto
consumidores de gás russo.Enquanto
Pequim se recusa a condenar a invasão da Ucrânia e defende a sua
amizade com Moscovo, a UE advertiu a China de que qualquer apoio à
Rússia, especialmente aumentando acentuadamente as compras de
hidrocarbonetos, manchará as relações económicas com a Europa, o seu
maior parceiro comercial.Os Estados Unidos vão mais longe e levantam a possibilidade de sanções.“Fomos
muito transparentes” ao explicar a Pequim “o que estamos a fazer
[contra a Rússia] em termos de sanções, para dar uma ideia do menu de
que podemos escolher se a China decidir fornecer apoio material” a
Moscovo, disse Sherman a um grupo de reflexão de Bruxelas na
quinta-feira.“Espero
que [a China] possa aprender com isto, compreendendo que não pode
separar os EUA dos seus aliados e que a Europa não se vai dissociar dos
EUA”, acrescentou a “número dois” da diplomacia norte-americana.A
UE, os Estados Unidos e outros países, como o Reino Unido ou o Japão,
impuseram duras sanções à Rússia por ter invadido a Ucrânia, em 24 de
fevereiro.Além
das sanções, os países ocidentais forneceram armamento à Ucrânia para
enfrentar as forças russas numa guerra que cumpre hoje o 58.º dia.