UE discute na segunda-feira novo pacote de sanções contra a Rússia

Ucrânia

10 de abr. de 2022, 11:06 — Lusa /AO Online

“Acabamos de impor pesadas sanções à Rússia e estamos a preparar-nos para uma sexta onda”, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na sexta-feira, durante uma visita a Kiev, na Ucrânia, acompanhada do chefe da diplomacia Josep Borrell.O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, continua a pedir a todos os seus interlocutores europeus "a adoção de sanções poderosas”, entre as quais a suspensão das compras de petróleo e gás russo e o fornecimento de armas pesadas para resistir à ofensiva anunciada na região de Donbass (leste).Josep Borrell anunciou a intenção de lançar a discussão sobre um embargo de petróleo na segunda-feira, mas um alto funcionário europeu, citado pela agência France-Presse, admitiu não estar ainda em cima da mesa “uma proposta formal”."É necessária a unanimidade para a adoção de sanções. Podemos ver claramente as dependências face à Rússia em vários Estados-membros", sublinhou, acrescentando que a UE não irá “apresentar algo que não vai passar” e que “as propostas devem ser feitas na hora certa".A Alemanha, a Itália, a Áustria e a Hungria são alguns países dependentes do gás russo.Desde o início da guerra na Ucrânia no final de fevereiro, o Kremlin faturou 27,3 mil milhões de dólares (25,1 milhões de euros) com a venda de petróleo, gás e carvão à UE, segundo a diretora do Instituto Austríaco para a Europa e a Política de Segurança (AIES), Velina Tchakarova,A UE decretou um embargo às compras de carvão, mas o seu valor é muito inferior ao do gás e do petróleo.A par com as sanções, os ministros vão validar a atribuição de mais 500 milhões de euros para financiar e entregar novas armas a Kiev, segundo vários diplomatas da UE."As sanções são importantes, mas não resolverão o problema em Donbass. A batalha em Donbass será decisiva para o desfecho da guerra", disse Josep Borrell.Durante a reunião, os ministros discutirão com o procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, o apoio da UE para investigações sobre possíveis crimes de guerra na Ucrânia.A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,4 milhões para os países vizinhos.A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.