UE condena uso generalizado e desproporcionado da força contra manifestantes no Irão
26 de set. de 2022, 08:27
— Lusa/AO Online
Numa
declaração em nome da UE, o chefe diplomático da União, Josep Borrell,
também condenou "a decisão das autoridades iranianas de restringir
drasticamente o acesso à internet e de bloquear as plataformas de
mensagens instantâneas", o que "constitui uma violação flagrante da
liberdade de expressão"."A União Europeia
continuará a examinar todas as opções à sua disposição, antes do próximo
Conselho (de ministros dos Negócios Estrangeiros), à luz da morte de
Mahsa Amini e da forma como as forças de segurança iranianas responderam
às manifestações que se seguiram", advertiu Borrell, sem especificar.Os
protestos começaram em 16 de setembro, no dia em que Mahsa Amini, que
foi presa em 13 de setembro em Teerão por "usar vestuário inadequado" na
República Islâmica, onde o código de vestuário para as mulheres é
rigoroso, morreu."Esperamos que o Irão
acabe imediatamente com a repressão violenta dos protestos e permita o
acesso à Internet e o livre fluxo de informação", acrescentou o
responsável máximo da UE pela política externa.Também
apelou a Teerão para "esclarecer o número de mortos e pessoas presas,
para libertar todos os manifestantes não-violentos"."A
morte de Mahsa Amini deve ser devidamente investigada e quaisquer
perpetradores comprovados devem ser responsabilizados", disse, tomando
"nota a este respeito da declaração do Presidente iraniano", Ebrahim
Raissi.De acordo com o balanço oficial, 41
pessoas morreram em nove dias de protestos. O número poderá ser mais
elevado, tendo a ONG Iran Human Rights, com sede em Oslo, reportado pelo
menos 54 manifestantes mortos.Mahsa
Amini, 22 anos, foi detida pela chamada “polícia de moralidade” de
Teerão, capital do Irão, onde se encontrava de visita, por alegadamente
trazer o véu de forma incorreta e transferida para uma esquadra com o
objetivo de assistir a “uma hora de reeducação”.A jovem acabou por entrar em coma e morrer dias depois no hospital.