UE aprova por unanimidade pacote de sanções para “atingir e muito” a Rússia
Ucrânia
22 de fev. de 2022, 18:00
— Lusa/AO Online
“Devido
a esta situação, hoje, os países europeus deram uma resposta rápida […]
e chegaram a um acordo unânime entre os 27 Estados-membros para adotar
um pacote de sanções que apresentei ao Conselho após longas horas de
negociações”, anunciou Josep Borrell, falando numa conferência de
imprensa em Paris, após uma reunião informal convocada de urgência na
véspera para discutir a imposição de sanções à Rússia.Vincando
que “este é um momento particularmente perigoso para a Europa”, o Alto
Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a
Política de Segurança apontou que este pacote de sanções “atingirá a
Rússia e atingirá muito”.“Estamos em forte
coordenação com os nossos parceiros, Estados Unidos, Reino Unido e
Canadá, com os quais tenho estado em estreito contacto durante estas
horas”, afirmou Josep Borrell, ameaçando “aumentar o nível de sanções
substancialmente consoante o comportamento russo”.Em
concreto, as sanções aprovadas abrangem 27 indivíduos e entidades e
350 membros da câmara baixa do parlamento russo (Duma), como a Lusa já
tinha avançado.No que toca às sanções
financeiras, preveem-se restrições às relações económicas da UE com as
duas regiões separatistas, de Donetsk e Lugansk, bem como o congelamento
de bens de dois bancos privados russos, especificou Josep Borrell.Falando
na ocasião em representação da presidência francesa do Conselho da UE, o
ministro francês dos Negócios Estrangeiros destacou que “a situação é
grave ou muito grave”, razão pela qual “os 27 Estados-membros chegaram a
um acordo” sobre o pacote de sanções.A
reunião informal dos chefes da diplomacia europeia realizou-se após uma
reunião organizada pela Presidência francesa sobre as relações da União e
os países da região Indo-Pacífico.Segue-se agora uma reunião dos embaixadores dos Estados-membros junto da UE, para o aval final do pacote de sanções, ainda hoje.A
posição da UE surge após o Presidente russo, Vladimir Putin, ter
assinado, na segunda-feira à noite, um decreto que reconhece as
autoproclamadas repúblicas de Lugansk e de Donetsk, no Donbass (leste da
Ucrânia), e de ter ordenado a mobilização do exército russo para
“manutenção da paz” nestes territórios separatistas pró-russos.A
decisão de Putin foi condenada pela generalidade dos países ocidentais,
que temiam há meses que a Rússia invadisse novamente a Ucrânia, depois
de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.Em
2014, a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia, depois da queda
do Governo pró-russo em Kiev, e elaborou um referendo sobre o regresso
do território à Federação Russa. Desde então, Kiev está em conflito com
separatistas pró-russos no leste do país.A
guerra no leste da Ucrânia entre as forças de Kiev e milícias
separatistas fizeram até ao momento mais de 14 mil mortos, de acordo com
as Nações Unidas.