UE 'aperta' a partir de hoje a malha na luta contra o terrorismo
28 de dez. de 2018, 14:33
— Lusa/AO Online
“Colmatamos hoje
uma lacuna muito importante em matéria de segurança na União Europeia
(UE). Os Estados-membros serão obrigados a criar ‘sinalizações’ ligadas
ao terrorismo no SIS reforçado. Doravante, nenhum indivíduo que
constitua uma ameaça deverá passar despercebido”, destacou Dimitris
Avramopoulos, citado em comunicado.As
novas regras, propostas pelo executivo comunitário em dezembro de 2016 e
adotadas pelo Conselho da UE em novembro último, têm uma incidência
especial no combate ao terrorismo, prevendo uma vigilância acrescida das
“infrações terroristas” e medidas “mais restritas” no âmbito da
proteção de dados, de modo a que qualquer pessoa tida como uma ameaça
para a segurança europeia seja ‘parada’ nas fronteiras do espaço comum.A
partir de hoje, as autoridades nacionais terão a obrigação de
sinalizar, no SIS, todos os acontecimentos ligados a infrações
terroristas e, até ao final de 2019, os países estão igualmente
obrigados a informar a Europol de todos os alertas ligados ao
terrorismo, o que facilitará “a conciliação de dados à escala europeia”.
A Europol
poderá ainda aceder a todas as categorias de dados do SIS e proceder ao
intercâmbio de informações suplementares com os gabinetes SIRENE nos
Estados-Membros, com a Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e
Costeira a poder igualmente ter acesso às categorias de indicações no
SIS.Outras
novas funcionalidades do SIS serão implementadas faseadamente, com os
Estados-membros a terem três anos para que o sistema esteja plenamente
operacional, após a entrada hoje em vigor da legislação. Entre
aquelas, destacam-se a obrigatoriedade de inserir no sistema indicações
relativas às proibições de entrada de nacionais de países terceiros nas
fronteiras externas do espaço Schengen, e também “indicações
preventivas” para as crianças que correm risco de rapto parental e para
crianças e pessoas vulneráveis em risco de serem sujeitas a casamentos
forçados, mutilação genital feminina ou tráfico de seres humanos.Com
a reforma que hoje entrou em vigor, passarão também a ser introduzidas
no sistema indicações relativas a pessoas desconhecidas procuradas,
incluindo impressões digitais ou impressões palmares encontradas em
locais de atentados terroristas ou de crimes graves.As
novas regras permitem a inclusão de um perfil de ADN para facilitar a
identificação de pessoas desaparecidas nos casos em que não estejam
disponíveis impressões digitais, fotografias ou imagens faciais ou em
que estas não sejam adequadas para efeitos de identificação. Entre
as novas medidas, está prevista também uma nova categoria de alertas
para “decisões de regresso”, com vista a acelerar o processo de
deportação de cidadãos de países terceiros em situação irregular. “O
SIS é um instrumento essencial para a segurança na UE: graças a ele, as
autoridades nacionais podem prender criminosos ou terroristas onde quer
que eles estejam na Europa. A nova obrigação de criar indicações
preventivas no SIS contribuirá para tornar a Europa mais segura”,
salientou o comissário Julian King, responsável pela pasta da Segurança.O SIS é pesquisado 13 milhões de vezes por dia, tem 85 milhões de alertas e dois milhões de utilizadores.Nos
últimos anos, já permitiu deter 50.000 pessoas perigosas, localizar
200.000 em processos criminais e 28.000 pessoas desaparecidas.