UE aceita proposta de texto final após incluir "todas as linhas vermelhas" - ministra
COP30
Hoje 16:52
— Lusa/AO Online
“As
nossas linhas vermelhas estão todas lá. (…) e à última hora conseguimos
um acordo, o que é muito bom”, disse Maria da Graça Carvalho aos
jornalistas portugueses após uma longa reunião do grupo para chegar a
acordo sobre como votar a proposta da presidência brasileira.A
ministra reconheceu que o texto não terá uma menção direta aos
combustíveis fósseis nem fará qualquer avanço em relação ao que já tinha
sido acordado na COP28, do Dubai, de trabalhar para um abandono
progressivo dos combustíveis fósseis.No
entanto, mostrou-se satisfeita por conter uma referência ao que foi
acordado no Dubai, uma das exigências da UE, ao incluir no texto o
“consenso EAU [Emirados Árabes Unidos].“Temos
uma ambição para a mitigação e fazemos a referência ao artigo que foi
aprovado no Dubai do ‘phasing out’ dos combustíveis fósseis até 2030,
(…) um compromisso de implementar o que foi aprovado no Dubai. É o
máximo que conseguimos obter, era isto ou um não acordo”, disse Maria da
Graça Carvalho.Segundo a governante
portuguesa, os 27 conseguiram fazer incluir na proposta inicial os três
pontos que queriam: uma maior ambição nas contribuições nacionalmente
determinadas (NDC, na sigla em inglês), a referência ao que é preciso
fazer para não ultrapassar o 1,5ºC de aquecimento face aos níveis
pré-industriais – a referência ao “consenso EAU” - e o objetivo de
triplicar o financiamento para a adaptação dos países em
desenvolvimento.Ao fim de mais de três
horas de reunião, a ministra explicou que foi muito difícil chegar a
acordo entre os 27 e contou que foi a primeira a defender que era
preciso sair da COP30 com um acordo e que o último país a aceitar foi a
França, que queria um texto mais ambicioso. Admitiu
que houve o risco de se sair da COP30 sem acordo, mostrando-se aliviada
por ter sido alcançado, pelas questões do clima, da democracia, do
processo multilateral e também da relação da Europa com os países da
América Latina, com o Brasil: “Tudo isso estava em cima da mesa”.Um
não-acordo seria também “uma vitória de quem tentava boicotar este
processo”, disse ainda, numa referência ao Presidente dos Estados
Unidos, Donald Trump.