Ucrânia vai tentar retirar civis de Mariupol em colaboração com a Cruz Vermelha
Ucrânia
11 de mar. de 2022, 10:48
— Lusa/AO Online
A
prioridade mantém-se na cidade portuária de Mariupol sitiada pelas
forças russas e onde a população está exposta à violência do ataque
armado, à fome e ao frio. A vice-primeira
ucraniana Iryna Vereshchuk disse através de uma mensagem gravada em
vídeo que as autoridades da Ucrânia estão novamente a tentar enviar
ajuda para Mariupol e retirar civis para a cidade de Zaporizhzia.A
operação foi tentada várias vezes sem sucesso devido aos ataques da
artilharia russa que atingiu os corredores humanitários que tinham sido
previamente estabelecidos. Vereshchuk
disse ainda que vários autocarros devem ser enviados para diferentes
pontos da periferia de Kiev para o transporte de civis para o centro da
cidade, assim como para enviar ajuda humanitária para as populações que
se encontram em locais de onde estão impedidas de sair.As
operações humanitárias vão ser igualmente tentadas nas cidades de
Kherson (sul), Chernihiv (norte) e Kharkiv (leste), assediadas pelas
forças russas desde o dia 24 de fevereiro. Por
outro lado, as autoridades ucranianas indicaram que os ataques da
Rússia atingiram os aeroportos das cidades de Ivano-Frankiivsk e Lutsk,
na zona ocidental do país.O autarca de
Ivano-Frankiivsk pediu aos residentes para procurarem abrigo sempre que
forem emitidos os alertas de bombardeamentos, sobretudo, contra a zona
do aeroporto da cidade. Um comunicado das
Forças Armadas da Ucrânia emitido hoje refere que as forças russas
continuam a ofensiva contra a cidade de Kiev a partir de pontos situados
no noroeste e leste da capital tentando neutralizar as defesas de
Kukhari, a 90 quilómetros e em Demidov, a 40 quilómetros a norte da
cidade.O mesmo comunicado indica que as
tropas russas estão a tentar tomar a parte norte da cidade de Chernihiv,
a bloquear Kharkiv tendo-se registado também ofensivas nas cidades de
Mykolaiv, Zaporizhzhia e em Kryvyi, a cidade natal do presidente
ucraniano Volodomyr Zelensky. As Forças
Armadas da Ucrânia dizem que o mau tempo que se faz sentir no Mar de
Azov e no Mar Negro impediu um desembarque de forças da Marinha de
Guerra da Rússia. Em Dnipro, leste da
Ucrânia, ataques aéreos russos atingiram zonas industriais e
residenciais, nomeadamente um infantário e um prédio de apartamentos. Paralelamente,
o presidente dos Estados Unidos Joe Biden, a União Europeia e o G7
devem tomar medidas para revogar o estatuto comercial da Rússia por
causa da invasão da Ucrânia.Uma fonte da
Administração norte-americana disse à Associated Press que a Casa Branca
está em contacto com todas as partes para retirar o estatuto que
permite à Rússia estabelecer "relações comerciais normais e
permanentes". A fonte, que não foi
identificada, explicou que a medida vai permitir a imposição de novas
tarifas às importações dos produtos russos nos mercados externos.Em
Pequim, o primeiro-ministro Li Keqiang considerou "grave" a situação na
Ucrânia, afirmando que Pequim pode desempenhar um "papel positivo" no
sentido da paz.Mesmo assim, a República Popular da China evitou mais uma vez criticar a Rússia pela invasão."Nós
apoiamos e encorajamos todos os esforços que conduzam ao
estabelecimento da paz", disse Li Keqiang aos jornalistas numa
conferência de imprensa em Pequim.