Turistas não residentes mais que duplicam em 2022 mas ficam 10% abaixo de 2019
6 de jul. de 2023, 15:13
— Lusa
“Depois
de dois anos em que o setor do turismo foi fortemente afetado pela
pandemia Covid-19, o ano de 2022 foi significativamente marcado pelo
regresso dos turistas estrangeiros a Portugal, aproximando-se dos
valores recorde de 2019 nos principais indicadores”, refere o Instituto
Nacional de Estatística (INE) nas ‘Estatísticas do Turismo 2022’.De
acordo com o instituto estatístico, os proveitos totais nos
estabelecimentos de alojamento turístico ascenderam a 5.000 milhões de
euros, mais 115,2% que no ano anterior, ao passo que os de aposento
alcançaram 3.800 milhões de euros, após uma subida de 117,3%.Em relação a 2019, estes indicadores apresentaram subidas de 16,7% e 17,9%, respetivamente, indica o INE.O
documento assinala que o mercado espanhol se manteve “como principal
mercado emissor de turistas internacionais (quota de 25,8%), tendo
crescido 97,4% face ao ano anterior”. O
mercado francês continuou em segundo lugar, com uma quota de 13,3% e com
um crescimento de 91,1%, enquanto o Reino Unido completou o pódio de
emissores de turistas, com 13,2% do total, e com uma subida de 186,8%.Considerando
a generalidade dos meios do alojamento turístico (hotelaria, turismo no
espaço rural/habitação, alojamento local, campismo e colónias de férias
e pousadas da juventude), em 2022 registaram-se 28,9 milhões de
hóspedes e 77,2 milhões de dormidas, traduzindo-se em aumentos de 80,7% e
81,1%, respetivamente (+36,9% e +40,7%, pela mesma ordem, em 2021),
“ficando ligeiramente abaixo dos níveis de 2019 (-2,2% e -0,8%,
respetivamente)”.Em 31 de julho de 2022
estavam em atividade e com movimento de hóspedes 7.431 estabelecimentos,
um aumento de 13,1% face ao ano anterior e de 3,9% em relação a 2019.Os
estabelecimentos de alojamento turístico concentraram 91,9% dos
hóspedes e 90,3% das dormidas, seguindo-se parques de campismo (7,0% e
8,8%, respetivamente) e as colónias de férias e pousadas da juventude
(1,1% e 0,9% pela mesma ordem).O mercado
interno somou 27,5 milhões de dormidas em 2022, o equivalente a 35,6% do
total, subindo 22,2% e ultrapassando em 5,3% os valores de 2019.Já
as dormidas de não residentes continuaram abaixo dos números de 2019
(-3,9%), apesar de um aumento de 146,9%, para 49,7 milhões.Todas
as regiões registaram acréscimos dos números de dormidas, com destaque
para a Área Metropolitana de Lisboa (121,1%), Região Autónoma da Madeira
(90,9%) e Norte (86,6%), enquanto Alentejo e Centro tiveram os
crescimentos mais reduzidos (29,8% e 55,5%, respetivamente).Face
a 2019, houve “crescimentos na RA Madeira (12,3%), no Norte (7,4%), na
RA Açores (6,6%) e no Alentejo (1,5%), enquanto no Algarve, na AM Lisboa
e no Centro se verificaram decréscimos de 7,7%, 3,8% e 1,3%,
respetivamente”, acrescenta o INE.O
rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) foi de 74,0 euros em
2022, contra 32,6 euros em 2021 e 49,4 euros em 2019, enquanto o
rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu os 103,6 euros (88,2
euros em 20221 e 89,2 euros em 2019).A
estada média manteve-se em 2,67 noites, baixando 6,2% entre os
residentes e 3,9% nos não residentes em 2022 face a 2021. Em relação a
2019, a subida foi de 0,03 pontos percentuais. De
acordo com os dados divulgados hoje pelo INE, e tendo por base o
‘Inquérito às Deslocações dos Residentes’, no ano passado 47,7% da
população residente em Portugal efetuou pelo menos uma viagem turística,
o que representou um acréscimo de 3,7 pontos percentuais face a 2021,
correspondendo a 4,9 milhões de indivíduos. Face a 2019, houve um défice
de 547,3 mil turistas.No total, em 2022
os residentes em Portugal fizeram 22,6 milhões de deslocações
turísticas, numa subida de 29,2% face ao ano anterior, mas ainda abaixo
(-7,5%) em relação ao período pré-pandemia.As
viagens em território nacional aumentaram 21,0% (-6,5% face a 2019),
para 20,0 milhões (88,3% do total, 94,2% em 2021 e 87,3% em 2019),
enquanto as deslocações para o estrangeiro “ganharam representatividade”
(11,7%, +6,0 p.p. comparando com 2021; -0,9 p.p. face a 2019) ao
alcançarem 2,7 milhões (+162,5%, -14,3% em comparação com 2019). As
viagens turísticas realizadas por residentes geraram mais de 94,6
milhões de dormidas em 2022 (+14,5% face a 2021, -4,6% face a 2019),
tendo a maioria ocorrido em Portugal (78,4% do total, 88,5% em 2021 e
77,6% em 2019).Em 2022, a remuneração
bruta por trabalhador ao serviço das atividades de alojamento situou-se
em 1.165 euros, mais 50 euros face a 2021, mas inferior em 247 euros ao
registado no total da economia.O setor conta com cerca de 8,5 mil empresas e 81,9 mil trabalhadores.