Trump promete “regresso à normalidade” enquanto Biden alerta para “dias difíceis”

Covid-19

31 de out. de 2020, 12:23 — AO Online/ Lusa

À procura da reeleição no próximo dia 03 de novembro, o atual Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, prometeu hoje conduzir um país cansado e temeroso “de regresso à normalidade", tentando contornar os danos políticos que a atual pandemia do novo coronavírus suscitou na sua estratégia eleitoral.Já o candidato democrata Joe Biden comprometeu-se a ser franco para com os norte-americanos sobre “os dias difíceis” que ainda estão por vir após a eleição da próxima terça-feira e apelou à união.De forma inevitável, a campanha das presidenciais norte-americanas tem sido dominada pela pandemia da doença covid-19, numa altura em que o país, o mais afetado em termos absolutos à escala mundial, já ultrapassou os nove milhões de infetados e registou mais 229 mil mortes.Trump e Biden dedicaram o dia de hoje à região do ‘Midwest’, a zona do país mais atingida pela mais recente vaga de novos casos da doença covid-19.Trump esteve no Estado do Michigan, enquanto Biden passou pelo Iowa, antes de seguirem para Wisconsin e Minnesota.Em 2016, Donald Trump conseguiu obter resultados surpreendentes nesta zona do país e o ‘Midwest’ foi então uma região-chave para a vitória do republicano.A quatro dias das eleições, e numa altura em que mais de 83 milhões dos mais de 230 milhões de eleitores norte-americanos já votaram (por voto presencial antecipado e por voto por correspondência), o tempo está a esgotar-se para os dois candidatos e todos os esforços contam.Diante de centenas de apoiantes reunidos num recinto ao ar livre, a maioria dos quais sem máscara, Donald Trump, de 74 anos, voltou a minimizar a gravidade da doença covid-19, da qual recuperou após três dias de hospitalização.“Se ficarem infetados, ficarão melhores e ficarão imunes”, afirmou Trump, diante de uma multidão em Waterford Township, no Michigan."Queremos apenas um regresso à normalidade", acrescentou o candidato republicano, numa altura em que a atual crise sanitária abala fortemente a economia norte-americana, um dos principais trunfos eleitorais de Trump.Do lado democrata, a primeira ação do dia foi em Des Moines, no Iowa, onde cerca de 300 veículos aguardavam numa espécie de parque de estacionamento o candidato Joe Biden, de 77 anos.Cumprindo as regras de distanciamento, uma grande parte dos apoiantes ouviram Biden dentro ou junto dos respetivos carros.Biden concentrou grande parte do seu discurso à pandemia, à estratégia seguida pela Casa Branca e pelos impactos locais da crise sanitária.“A feira do Estado de Iowa foi cancelada pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial”, lembrou o democrata, reforçando que “Donald Trump desistiu” perante as dificuldades.Depois criticou a conduta de Trump em relação ao pagamento de impostos.“Não vai brincar mais com o sistema numa administração Biden. Vai começar a pagar”, garantiu o candidato democrata, que concluiu a intervenção com um apelo à união: “Nestes últimos dias, permaneçam fortes, permaneçam unidos, permaneçam otimistas”.