Trump preparou o terreno para inverter derrota eleitoral com crimes e mentiras
3 de out. de 2024, 14:54
— Lusa/AO Online
A
acusação foi feita por procuradores em documentos judiciais que apresentam mais provas no caso criminal marcante contra o
antigo presidente. A documentação
apresentada pela equipa do procurado especial Jack Smith apresenta a
visão mais alargada até ao momento do que os procuradores pretendem
provar, se o caso em que acusam Trump de conspirar para alterar o
resultado eleitoral chegar a julgamento. Apesar
de uma investigação no Congresso, que durou meses, e da própria
acusação terem detalhado os esforços de Trump para anular o resultado
das eleições, os documentos agora divulgados eram desconhecidos e são
relativos a relatos de assessores próximos de Trump, que dão conta de um
presidente “crescentemente desesperado” que, enquanto perdia o seu
controlo sobre a Casa Branca, “usou a mentira para atingir todos os
estádios do processo eleitoral”.Em um dos
documentos, Trump é citado a dizer “E então?”, depois de um seu assessor
o alertar para o seu vice-presidente, Mike Pence, poder estar em
perigo, depois de uma multidão de apoiantes violentos do antigo
presidente ter invadido o Capitólio, em 06 de janeiro de 2021, para
procurar impedir a confirmação do resultado eleitoral. Em
outro documento, Trump é citado a afirmar “os detalhes não interessam”,
quando um assessor lhe diz que um advogado que estava a elaborar o
processo para contestar em justiça os resultados não podia provar as
alegações falsas em tribunal. As
revelações foram feitas apesar da oposição da equipa de advogados de
Trump, no mês final da disputa eleitoral para a Presidência dos EUA, na
qual os democratas têm procurado sublinhar que a recusa de Trump aceitar
os resultados das eleições de há quatro anos mostra que é incapaz para o
cargo. A questão ressurgiu agora, na
noite da passada quarta-feira, durante o debate eleitoral entre os
candidatos à vice-presidência, quanto o democrata Tim Walz recordou a
violência de 06 de janeiro de 2021 e o republicano JD Vance recuou
responder à pergunta se admitia que Trump tinha perdido a eleição de
2020.