Trump invocou 440 vezes direito de não responder a questões em audiência em Nova Iorque
11 de ago. de 2022, 17:41
— Lusa/AO Online
Na
quarta-feira, Trump foi interrogado por várias horas em Manhattan, nos
escritórios da procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James,
que investiga civilmente desde 2019 o antigo chefe de Estado por
suspeitas de fraude financeira e fiscal dentro da Trump Organization.De
acordo com um dos advogados de Trump, Ron Fischetti, citado pelo canal
televisivo NBC, a única resposta que o seu cliente deu foi indicar o seu
nome.Uma fonte familiarizada com o
assunto disse ao canal que o 45.º Presidente dos Estados Unidos da
América invocou o direito de permanecer em silêncio 440 vezes e de não
responder a perguntas de magistrados e investigadores de Nova Iorque -
direito previsto na 5.ª Emenda da Constituição norte-americana.Segundo
o jornal Washington Post, também citando uma fonte anónima dada a
confidencialidade da audiência juramentada, Donald Trump recusou-se mais
de 400 vezes a responder perguntas sobre os seus negócios, a
valorização do seu património e o seu endividamento."Mesma
resposta" - isto é, o direito constitucional de não responder - assim
declarou sistematicamente o político republicano, de acordo com o
Washington Post.Contactados pela agência
France-Presse (AFP), nem o escritório de Letitia James, nem os advogados
de Trump, responderam aos questionamentos.Assim
que chegou ao escritório de Letitia James na quarta-feira, o bilionário
republicano anunciou num comunicado à imprensa que invocaria a famosa
5.ª emenda da Constituição dos Estados Unidos, que permite que qualquer
litigante não testemunhe contra si mesmo.Letitia
James, procuradora eleita pelo Partido Democrata, confirmou essa
informação num comunicado de imprensa muito breve após o seu encontro
cara-a-cara com o empresário, assegurando que vai continuar com a
investigação, porque "ninguém está acima a lei" nos Estados Unidos.Contudo,
a decisão do ex-presidente de invocar o seu direito previsto na 5.ª
emenda ocorre quatro anos após ter dito que esse é um direito que os
mafiosos usam, recordou a imprensa local."Vocês
veem que a máfia usa a 5.ª Emenda", disse Trump em abril de 2018. "Se
você é inocente, porque é que está a usar a 5.ª Emenda?", reforçou na
ocasião.