Trump encerra convenção republicana a atacar "programa socialista" de Biden
EUA/Eleições
28 de ago. de 2020, 10:54
— Lusa/AO Online
No
discurso de aceitação da nomeação na Convenção Nacional Republicana,
Trump disse que caso Joe Biden vencesse a votação de 03 de novembro,
este seria o coveiro da "grandeza da América"."Joe
Biden não é o salvador da alma da América, ele é o destruidor de
empregos da América", acrescentou, referindo-se a uma frase
frequentemente usada pelo ex-vice-presidente de Barack Obama."Se
tiver a oportunidade, será o coveiro da grandeza da América", resumiu
Donald Trump, que pouco antes aceitara a indicação do seu partido como
candidato a um segundo mandato, "com o coração cheio de reconhecimento e
otimismo sem limites"."Vamos reconstruir a
economia mais forte da história", prometeu o Presidente republicano num
púlpito nos jardins da Casa Branca, diante de uma audiência com cerca
de 1.500 convidados.O Presidente falou num
ambiente tão familiar quanto controverso. Apesar da tradição e
regulamentação para não se usar a Casa Branca para eventos puramente
políticos, um enorme palco foi montado no relvado à frente da mansão
executiva.Num momento em que Trump e o
país enfrentam desafios nacionais que vão desde as tensões sociais a uma
pandemia que já matou mais de 180 mil pessoas e infetou mais de 5,8
milhões de norte-americanos, o atual Presidente vangloriou-se de ajudar
os afro-americanos, perante uma multidão sem máscara, desafiando as
diretrizes de combate ao novo coronavírus definidas pelo seu próprio
Governo.Trump exibiu uma visão otimista do
futuro dos Estados Unidos, prevendo o triunfo sobre a pandemia do
coronavírus e prometendo uma vacina ainda este ano.Atrás
de Biden nas sondagens, o discurso centrou-se no currículo do
ex-vice-presidente, questionando o seu amor pelo país. Trump
apresentou-se como a última barreira para proteger o estilo de vida
norte-americano, cercado pelas forças radicais lideradas por Joe Biden,
sustentou, apesar de o rival democrata ser habitualmente definido pelos
analistas políticos como um moderado.No
discurso de encerramento da convenção, o Presidente dos EUA raramente
incluiu apelos à união e acabou por sublinhar o que o seu
vice-presidente, Mike Pence, afirmara no dia anterior: que a violência
que eclodiu em várias cidades norte-americanas devido à tensão racial
deve ser atribuída aos políticos e autarcas democratas.Ainda
assim, o candidato à reeleição nas presidenciais garantiu que o sistema
de Justiça deve e irá responsabilizar qualquer má conduta policial, mas
que não se pode permitir que o país seja governado a partir das ruas e
de multidões que não respeitam as leis."Se
o Partido Democrata quer ficar do lado dos anarquistas, agitadores,
desordeiros, saqueadores e queimadores de bandeiras, isso é problema
deles, mas eu, como Presidente, recuso-me", salientou na Casa Branca,
onde no exterior decorria uma manifestação antirracista e contra a
brutalidade policial.A Convenção Nacional
Republicana arrancou na segunda-feira em Charlotte, no Estado da
Carolina do Norte, com a presença de um número reduzido de delegados,
devido à pandemia de covid-19.O discurso
de aceitação de Trump foi feito numa transmissão direta a partir da Casa
Branca, cenário que gerou críticas, uma vez que os presidentes não
devem usar a residência oficial ou edifícios públicos para atos de
campanha.